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foto :RTP

A poucas semanas das eleições autárquicas, voltamos ao drama da elevada abstenção, que se detém entre os portugueses, e o que fazer para a evitar. Este ano no mesmo dia das eleições joga-se um dérbi importante, Sporting/Porto, pelo que, o receio desta trágica abstenção ser ainda maior, leva a medidas extremas.

Pede-se que o Governo legisle sobre o assunto, proibindo a realização de jogos em dia de eleições, o que será uma medida, no mínimo, prodigiosa, começa-se por proibir que existam jogos em dia de eleições e terá de se continuar a proibir tudo o que sirva de distração e afaste as pessoas das mesas de voto. Daqui até ao voto obrigatório será um passinho.

Em muitos dos países europeus o voto faz-se durante a semana, o que facilita a vida às pessoas que a caminho ou no regresso do trabalho podem exercer o seu dever cívico. Fica a pergunta à Comissão Nacional de Eleições e ao Governo, qual o motivo para em Portugal o voto insistir em permanecer ao domingo? Talvez se deva começar por aí para que alguma coisa mude e, neste sentido o que se deverá alterar é a forma extemporânea como continuamos a votar.

Não adianta proibir seja o que for de forma a obrigar as pessoas a votarem, o que deverá mudar é o sistema de voto e em última análise a configuração do mesmo. As pessoas não deixam de ir votar para ir ver um jogo de futebol, não vão votar porque simplesmente não querem e, são estes os reais motivos que deverão ser analisados para se poder combater a abstenção.

Possivelmente há pouca consciência cívica na maioria dos portugueses, ou simplesmente as pessoas estão cansadas de promessas eleitorais falsas e irresponsáveis.

Não é um jogo de futebol que ameaça a democracia, são os próprios políticos que o fazem.

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