4ª Feira**Por Dominick George**28/11/2012
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Em virtude de a política atual me causar náuseas (não se veja nesta “enfermidade” apenas crítica ao governo, mas muito principalmente à oposição, que o não sabe ser), vou passar a abordar temas que lhe não digam respeito.
E como no quotidiano somos confrontados com os problemas da justiça e aqueles que nos proporciona a igreja e os seus representantes, hoje saltou-me à vista mais um artigo do Correio da Manhã, este intitulado “Juiz negou escutas a padre milionário”. Trata-se de Fernando Guerra, de 77 anos, que continua a celebrar missas em Viade, Montalegre. Há muito que a PJ de Vila Real suspeitava da fortuna acumulada (movimento de cinco milhões de €uros nas contas bancárias, além de 33 propriedades rústicas e 9 prédios urbanos), tendo pedido ao Juiz de Instrução autorização para que se procedesse a escutas telefónicas que levassem à descoberta da origem de tanto dinheiro. O senhor magistrado indeferiu o pedido. Teria tido medo de ofender o Criador? Com isso tornou muito mais espinhosa a descoberta dos eventuais ilícitos criminais. Esta é mais uma das muitas anomalias que o nosso sistema judiciário apresenta. Será assim tão difícil criar um sistema que seja uniforme e transparente e que permita, sem receio de ferir o estatuído na Constituição da República no que diz respeito a liberdades e garantias? Enquanto não houver a coragem de o fazer, esta será a justiça que temos!
Abordemos agora a religião que nos falta! Será que a igreja (a católica ou qualquer outra), representam efetivamente uma religião, ou são meros centros onde o que prevalece é o enriquecimento, seja através da chamada dízima, seja de peditórios e oferendas das mais diversas formas? Trago à colação a oferta que fizeram os paroquianos de Paio Pires, de uma coroa de ouro, guardada juntamente com o dinheiro no cofre da igreja. Dois assaltantes encapuzados e armados sequestraram o sacristão em sua casa, e pretendiam que ele fosse abrir o referido sofre. Isso só não aconteceu porquanto a polícia foi chamada através do alarme da igreja e os delinquentes fugiram. Não teria sido melhor que o dinheiro que tão dedicados paroquianos despenderam com a coroa em ouro, tivesse sido gasto para matar a fome aos sem-abrigo que por certo existem naquele concelho?
Mas, voltando ao pároco de Viade, teria dito a um colega o qual, a mandado do bispo, se apresentou no passado domingo para a celebração da missa: “Quem dá aqui a missa sou eu. O bispo antes de ser bispo tem de ser homem para me mandar embora”. Pasmemo-nos, ao verificar o estado a que isto chegou! E não há quem se insurja contra este lamentável estado a que a igreja (escrevi tudo isto com minúsculas, propositadamente) chegou? Para quando olharmos para estas e outras (maiores, quiçá) anomalias, como a pedofilia, o banco do vaticano, os documentos secretos revelados pelo mordomo do papa, ou os segredos de Fátima e gritarmos bem alto: chega de nos intrujarem! Basta! Temos materialismo a mais e falta-nos religião ou espiritualidade!
Até breve!