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Será possível falar de José Sócrates de forma isenta e independente? Nunca ninguém ficou neutral à personalidade do anterior primeiro-ministro enquanto este desempenhou funções políticas, portanto é natural que todo este caso movimente opiniões.

José Sócrates não deixa ninguém indiferente, quer se goste ou não do antigo primeiro-ministro, o certo é que a sua detenção divide a sociedade portuguesa, não é uma situação vulgar e como tal imperava por parte da justiça uma explicação sobre as suas decisões. O facto de não existirem dados concretos transmitidos pelos respetivos órgãos oficiais, leva a todo o tipo de especulação por parte da comunicação social e consequentemente à prévia condenação do indiciado em praça pública.

A indiciação que recai sobre José Sócrates por estar a ser excessivamente mediatizada, leva a todo o tipo de exploração. Ora convém lembrar que para além de ainda não haver condenação, muito menos deverão existir já enquadramentos de possíveis molduras penais, isto apesar de terem existido histórias de malas de dinheiro e do testa de ferro, colocadas em público minutos depois da detenção do suspeito.

Indícios são isso mesmo, não pressupõem culpa e por vezes todo este ruído de fundo sobre um tema onde não há grandes esclarecimentos, só serve para provocar ainda mais ruído. Era importante que este silêncio fosse quebrado, que se percebessem as razões da prisão preventiva, isto para evitar o ajuste de contas antes do tempo.

É imperioso que a justiça cumpra a sua função, mas esta deveria começar por ser a primeira a evitar o abuso, por vezes leviano, de certas publicações e por isso urge que a justiça quebre o silêncio para evitar a prévia condenação de alguém que ainda nem começou a ser julgado.

Temo, porém, que neste como noutros casos, o espalhafato indicie apenas que ‘quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz!…

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