A menos de um ano das eleições legislativas parece que a preocupação primordial por agora são as eleições presidenciais. As prioridades parecem estar trocadas, quando a preocupação deveria ser a apresentação de propostas para o primeiro governo pós-troika, a discussão centra-se na figura dos vários candidatos que têm aparecido para Presidência da República.
O Presidente da República deve ser um fator de união nacional e de motivação na definição e concretização de objetivos estratégicos para a Nação. Deve ser um equilibrador do sistema político e, essencialmente, um incentivador de correção das imperfeições do mesmo. Portanto falar de presidenciais a esta distância só pode significar que o atual Presidente da República não foi nada disso. O país anseia por uma mudança e por isso, a urgência de se falar cada vez mais nos candidatos ou possíveis candidatos.
Dos vários nomes que têm surgido apenas um é já formalmente candidato, Henrique Neto. António Nóvoa, Paulo Morais e Santana Lopes aparecem como possíveis candidatos e todos os outros nomes que se ouvem serão possivelmente pura especulação.
Os vários partidos ainda não apresentaram nenhum candidato, o que possivelmente os coloca numa difícil posição. No caso do PS, abre mais cisões no partido que precisa urgentemente de apresentar um candidato formal, que reúna o consenso de todos os socialistas e antes das legislativas. António Costa continua à frente de um partido dividido e não parece estar a conseguir reunir a unanimidade necessária para conseguir um resultado confortável nas próximas eleições.
Apesar das tentativas de António Costa para desviar as atenções sobre a sua posição perante os apresentados candidatos, com a afirmação de que a sua prioridade são as eleições legislativas, o certo é que aparecem cada vez mais divisões dentro do partido no apoio a um ou outro candidato. É urgente que saiam do PS posições e principalmente, difícil tarefa, saia um nome credível que consiga unir o partido.
Da parte da direita teremos de aguardar para ver se aparecem os tais nomes sonantes tão ouvidos, o caso de Rui Rio e de Marcelo Rebelo de Sousa, de qualquer modo quer num caso quer noutro, serão figuras incómodas para Pedro Passos Coelho e possivelmente irão preferir não ter o seu apoio.