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Este segundo debate favoreceu, sem sombra de dúvida, Pedro Passos Coelho. Apesar de não ter dito nada de novo, o programa da coligação apenas promete a continuidade do que já fez. Passos conseguiu não se irritar excessivamente e conseguiu finalmente, descolar de Sócrates.

Anunciou que não irá continuar a flexibilizar mais os despedimentos e com isso diminuir o desemprego, bem como, assegurar relações laborais mais consistentes através dos programas de estágios. Irá repor um quinto da sobretaxa de IRS, insignificante. Em relação à Segurança Social, prefere esperar para debater com António Costa depois das eleições.

No discurso de António Costa por seu lado, não se percebeu muito bem o que pretendia fazer em relação às questões laborais, fica para ser debatido com a Concertação Social e nada foi dito sobre a precariedade laboral. Costa defendeu, na questão dos impostos e contribuições sociais, a política de mais riqueza como forma de combate a pobreza e de reativação económica e, mostrou-se indisponível para qualquer acordo com Passos Coelho, depois das eleições, sobre a Segurança Social.

O que realmente correu mal a António Costa foi a questão da falta de explicação para quem vai ser atingido no corte de mil milhões de euros, proposto pelo PS, através da introdução de uma condição de recurso, em prestações não-contributivas, da Segurança Social. Questão lhe foi posta insistentemente por Pedro Passos Coelho e que nunca obteve resposta, o que resultou num visível constrangimento para António Costa.

Todos sabemos que o programa económico do PS é de Mário Centeno e não de Costa, mas este teria de estar mais preparado em relação às medidas que serão forçosamente efetuadas, a fim de o por em prática.

Esta atrapalhação de António Costa vai penalizar o PS nas eleições, talvez não beneficie a coligação, mas foi certamente, um revés em relação às últimas prestações do líder da oposição. Uma fragilidade que não poderia acontecer para quem almejava conseguir a maioria absoluta. Costa não esteve à altura, mereceu perder e perdeu.

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