foto: Autódromo Internacional do Algarve (AIA)
Sete construtores estão presentes na classe Hypercar, no Mundial de Resistência 2023. Desde nomes sonantes da indústria automóvel em grande série, como Toyota e Peugeot, referências em termos de performance, de que Ferrari e Porsche são exemplos maiores, ou marcas de luxo, como a Cadillac. A estas, juntam-se duas com nomes famosos… por razões bem diferentes.
CADILLAC
A equipa de Chip Ganassi dispensa apresentações com os 14 títulos no CART/Indy Car desde 1996, os cinco triunfos nas 500 milhas de Indianápolis, o 2.º lugar no Mundial de GT com a Ford em 2017, acompanhado de uma vitória na classe em Le Mans 2016, para não falar nas vitórias nas 24 Horas de Daytona 2011 (IMSA) ou nas 500 Milhas de Daytona 2010 (NASCAR).
Mais que razões para a Cadillac escolher o team americano para o regresso a Le Mans e a estreia no WEC com V-Series.R. O protótipo foi desenvolvido pela Dallara para a classe LMDh, com uma carroçaria desenhada por Chris Mikalauskas, com muita identificação à marca de luxo da GM. O motor é um V8 5,5 litros atmosférico derivado do Corvette. Em Le Mans, o contingente subirá de um para três inscritos, juntando-se os dois carros que correm no IMSA.
Vencedor em Le Mans 2015 e 2017, o neozelandês Earl Bamber deixou a Porsche no final de 2020, depois de ter sido campeão do mundo no WEC, em 2017, e campeão GT IMSA, em 2019. Na Cadillac venceu as 12 Horas de Sebring em 2022 e regressa ao WEC.
O britânico Alex Lynn fez carreira nas fórmulas de promoção, onde foi campeão GP3 em 2014. De seguida passou cinco anos na Fórmula E. Na resistência, venceu as 12 Horas de Sebring em 2017 e 2022, já com a Cadillac, bem como os GT, em Le Mans 2020, com a Aston Martin.
Richard Westbrook, com 47 anos, andou uma década nas fórmulas de promoção entre 1986 e 1996. Depois de uma pausa de cinco anos, o britânico voltou às competições nas Porsche Cup, sendo campeão da SuperCup em 2006 e 2007. Desde então, tornou-se um piloto de referência nos GT, até ter nova oportunidade nos protótipos com a Cadillac em 2022, depois de ter guiado os Coyote Corvette DP do IMSA, em 2015 e 2016. No ano passado, foi 3.º à geral tanto nas 24 horas de Daytona, como nas 24 horas de Mans.
GLICKENHAUS
A história da marca Glickenhaus dava um filme, ou não fosse o fundador, James Glickenhaus, um conhecido realizador e produtor da 7.ª Arte, onde se destaca o “Exterminador Implacável”. No WEC o carro da equipa americana Scuderia Cameron Glickenhaus desempenha mais o papel de “Golias” face aos “Sansão” dos grandes construtores.
O SCG 007 está inscrito como LMH, na categoria Hypercar, tendo sido projetado por Mark Tatham e desenvolvido pela PAT (Podium Advance Technologies). O motor é um V8 3,5 litros duplo turbo, fabricado pelos franceses da PIPO Moteurs, com base no propulsor 4 cilindros em linha feito pela empresa para o Mundial de Ralis. Os 3.º e 4.º lugares na última edição das 24 Horas de Le Mans foram o melhor resultado no WEC 2022.
Romain Dumas já venceu o Mundial de Resistência, competiu em todas as edições das 24 Horas de Le Mans desde 2002, tendo ganho em 2010 (Audi) e 2016 (Porsche). O francês é um piloto multifacetado, tendo ganho o campeonato American Le Mans Series em 2007 e é dele o recorde da famosa rampa americana, Pikes Peak.
O francês Olivier Pla também tem muitos anos de protótipos, onde se estreou em 2008 com o Lola da equipa portuguesa Quifel ASM, em parceria com Miguel Paes do Amaral.
Ryan Briscoe dispensa apresentações. O neozelandês chegou a ser piloto de testes da Toyota na F1 e correu 11 temporadas nos IndyCar (2005/2015). Mais recentemente fez parte dos projetos da Ganassi Racing com a Ford nos GT. Venceu também as 24 Horas de Daytona, em 2020, com um Cadillac da WTR.
FLOYD VANWALL
A Floyd Vanwall Racing Team é mais um projeto de Colin Kolles para o WEC, depois de ter estado na F1 com a Midland (onde correu Tiago Monteiro), Midland e Hispania.
O romeno repescou o nome Vanwall, marca britânica que foi a primeira campeã do mundo de construtores da F1, em 1958. Juntou-se à empresa americana de malas, Flyod (inventora das malas com 4 rodas de skate) para criar uma equipa que se estreou este ano.
Nascia o Vanwall Vandervell 680 da classe LMH, desenhado por Julian Thiele e Eric Zenner, equipado com o V8 Gibson de 4,5 litros atmosférico, usado pelo Alpine LMP1 nos dois últimos anos.
Jacques Villeneuve é a estrela da companhia, num regresso ao mais alto nível para o canadiano. Nos últimos anos, o campeão do mundo de F1 em 1997 tinha feito provas no NASCAR Europa.
O argentino Esteban Guerrieri vem do WTCR, onde foi piloto oficial da Honda desde 2018 até ao ano passado.
Tom Dillman venceu a Fórmula V8 3.5, em 2016. O francês seguiu depois para a Fórmula E e a SuperFormula japonesa. Ao mesmo tempo, fazia a reconversão para as provas de resistência com GT e Protótipos. No ano passado, venceu a Le Mans Cup com a equipa Racing Spirit of Léman.