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A derrota na Holanda do xenófobo Partido para a Liberdade (PVV), sossegou a Europa que, após o susto americano, esteve ameaçada com a possível vitória desta vez, de um partido de ultradireita.

O facto de na Holanda, um país de uma enorme tolerância e sem problemas sociais, o discurso ultranacionalista e populista que ambiciona o retorno ao estado-nação, o regresso das fronteiras, o encerramento das mesquitas, a proibição do Corão e a delimitação do número de estrangeiros no país, terá amedrontado os países da União Europeia. Com a possível adesão de grande parte dos eleitores e a forte probabilidade de ser o mais votado, deverá servir para se perceber a fragilidade das democracias atuais.

O descontentamento generalizado com o funcionamento da União Europeia, a falta da Europa social, a ineficácia das decisões de Bruxelas, o desprestígio das elites políticas, a crescente desigualdade social, tudo isto leva inevitavelmente ao chamado voto de protesto sobre este sistema liberal que tem funcionado na Europa.

Não se deve ignorar esta ameaça pois, muito embora na altura de decidir o bom senso tenha imperado, não nos podemos esquecer que estamos a escassas semanas das eleições em França e logo depois na Alemanha e por isso, não devem ser subestimados estes discursos populistas, que infligem sobre os migrantes e refugiados a causa de todo o malefício sentido por um mal social profundo, como o que se vive hoje na maioria dos países europeus.

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