Ministro Botelho de Vasconcelos diz que os níveis de produção devem ser idênticos aos de Janeiro.
O governo é favorável a congelar os níveis de produção de petróleo a valores de Janeiro, tal como o acordo proposto por Arábia Saudita, Rússia, Qatar e Venezuela. Quem o disse foi o ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, considerando que este é um primeiro passo para o reequilíbrio do mercado.
“Em princípio, Angola apoia a decisão”, disse o responsável em entrevista ao jornal O País, na qual salientou as iniciativas que estão a ser propostas para haver negociações na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para uma redução entre 3 a 5 por cento da produção.
“Têm surgido várias iniciativas desde o ano passado por alguns membros da OPEP no sentido de influenciar outros produtores não OPEP, em forma de solidariedade, a juntarem-se à organização” num “corte da produção de aproximadamente 5 por cento para equilibrar o mercado num período estimado entre os 9 e os 12 meses”, respondeu o ministro, quando questionado sobre uma eventual diminuição do poder desta organização na definição das linhas-mestras do mercado petrolífero.
Em causa está a proposta avançada para o congelamento da produção de petróleo tendo em conta os níveis de Janeiro, que ainda assim representam um excesso de oferta face à procura actual, o que é, aliás, uma das principais razões para a descida do preço do petróleo em 75 por cento nos últimos 18 meses.
“Em princípio, Angola apoia a decisão por ser uma visão que poderá contribuir com negociações subsequentes para que se atinja o corte já referido acima”, entre 3 por cento a 5 por cento, vincou o governante.
Sobre a possibilidade de a OPEP antecipar a reunião de Junho tendo em conta o cenário actual, o ministro, que já foi presidente da organização, descartou essa hipótese: “Creio não existirem ainda condições para a realização dessa reunião”, respondeu.
Na entrevista parcialmente disponível no site do jornal O País, Botelho de Vasconcelos afirmou que a reversão do excesso de oferta, “de acordo com algumas agências especializadas, e considerando a actual situação, poderá ocorrer eventualmente entre um ano a um ano e meio”.