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Basta entrar um ano mais tarde no secundário para ter insucesso escolar. Metade dos alunos dos alunos que o fazem ficam retidos ou desistem. Entre os que iniciam um curso científico-humanístico com a idade normal, isso só acontece com 27%.

As conclusões foram divulgadas num estudo sobre o ensino científico-humanístico, conduzido pela Direção-Geral de estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), que avaliou a situação dos alunos inscritos nos cursos científico-humanísticos, três anos depois do ano letivo em que entraram.

Começar mais tarde pode ser associado a retenções prévias durante o ensino básico e, por isso, é uma métrica do impacto dos chumbos no sucesso escolar. Quanto mais chumbos houve, maior é o insucesso. Só 12% dos estudantes que começam aos 18 termina no tempo previsto – três anos – e 38% acabam por desistir.

Os alunos que não beneficiam de apoio social escolar (ASE) e os que frequentam escolas privadas durante o ensino secundário têm uma melhor prestação do que os seus colegas que beneficiam de ASE e frequentam escolas públicas. Segundo o Público, é entre os alunos que recebem mais apoio ASE que os resultados são piores.

Menos de metade (45%) termina o secundário nos três anos esperados. Este dado “é habitual em muitos outros níveis de ensino e ofertas formativas”.

Algarve e Lisboa são as regiões onde os alunos menos concluem o secundário no tempo esperado, 51% e 54%, respetivamente. A taxa de sucesso é maior no Norte (64%). Entre os alunos inscritos nos cursos de Ciências e Tecnologias (63%) o sucesso também é maior do que nos restantes cursos: Línguas e Humanidades, Ciências Socioeconómicas e Artes Visuais.

Ainda assim, os dados da DGEEC mostram que há cada vez mais alunos a concluir o secundário no tempo previsto.

Os cursos profissionais

Em Agosto, a DGEEC fez uma análise de percursos semelhante, mas para os estudantes dos cursos profissionais, que já são 28% do total de inscritos.

“A percentagem de alunos que se transfere para outras ofertas educativas a meio do seu percurso no ensino secundário é significativamente superior entre os alunos que ingressam nos cursos científico-humanísticos (cerca de 10%) do que entre os que optam pelos profissionais (cerca de 5%)”, compara a DGEEC.

A maioria dos alunos do ensino científico-humanístico que muda de via formativa tem como destino o ensino profissional.

Além disso, a análise comparativa mostra que, para alunos que ingressam no secundário com a mesma idade e com o mesmo número de retenções anteriores, as percentagens de conclusão em três anos são significativamente superiores no ensino profissional face ao científico-humanístico.

Por exemplo, 43% dos alunos que entram para um curso profissional aos 17 anos terminam-no no período previsto. Nos científico-humanísticos isso só acontece com 18%.

Comparando os dois relatórios, os alunos que ingressam no ensino profissional aparentam ter menos dificuldades escolares durante o ensino secundário do que os que ingressam no científico-humanístico.

ZAP //

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