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Débora Monteiro é atriz e natural de Vila Nova e Gaia. Foi no norte do país, que com 14 anos iniciou a sua carreira como modelo. Com experiência em moda e publicidade, Débora conseguiu o seu primeiro papel como atriz em “Tempo de Viver”.

No seu percurso profissional já sentiu na “pele” a insegurança e a instabilidade pelas quais passam muitos dos atores. A falta de trabalho por um período de tempo longo fez com que ponderasse optar por outra profissão, mas o bichinho da representação nunca abandonou o seu percurso. Ressurgiu nos ecrãs com a participação no ”Último a Sair”, a qual se revelou “a lufada de ar fresco” que estava a precisar para sair da fase menos positiva.

Conhecida por personagens de cariz mais sensual e ousado, aceita com naturalidade a realização deste tipo de papéis, sem qualquer preconceito, segundo relatou ao iPressGlobal numa agradável conversa.

iPG.- Começou a sua carreira como modelo aos 14 anos, como se deu a passagem à representação? Sempre quis ser atriz ou foi algo que aconteceu quase por acaso?

D.M.- Foi uma fase um pouco vaga, não tinha nada de concreto na moda, eu própria estava um bocadinho perdida sem saber bem o que queria fazer. Estava a estudar, a fazer o 12º ano, a trabalhar na moda e a fazer e alguma formação, mas não tinha um objetivo bem definido. Na altura surgiu a oportunidade de participar num casting para a novela “ Tempo de Viver”. Era um casting para a figuração especial, acabei por passar as 3 fases e ficar no elenco. A partir dai é que as oportunidades começaram a surgir.

iPG- E como foi essa primeira experiência na representação, fácil?

D.M.– Foi “horrível”, não foi nada bom porque eu não tinha formação nenhuma, já tinha feito publicidade mas é completamente diferente. Havia pormenores que eu nem conhecia, como não se poder fazer certas sombras, como apoiar-me, se na perna esquerda ou na direita, não tinha noções básicas! Na altura tive vontade de desistir, foi complicado adaptar-me à velocidade das gravações, não gostei inicialmente, mas com o tempo aprendemos e vamos tentando evoluir ao longo das gravações. Foi o que acabei por fazer. Quando aceitei o papel, tinha ideia que existiria algum tempo de preparação, que teríamos tempo em décor para testar alguns aspetos, mas acabamos por não ter essa oportunidade. Por isso aconselho a quem quiser entrar no mundo das novelas que se prepare, que faça formação, para que pelo menos ganhe algumas noções básicas.

iPG- Ter participado no “Último a Sair” foi uma boa experiência do ponto de vista pessoal e profissional?

D.M.- O “Último a Sair” era uma sátira aos reality show mas não deixava de ser uma espécie de novela, de série ou algo do género que se lhe possa chamar. Para mim foi maravilhoso, ainda não tinha feito comédia e é um género que gosto bastante de fazer. Na altura decidi ir sem pensar no ridículo, porque neste tipo de programa por vezes com medo de cair no ridículo acabamos por não nos soltar. Estava numa fase parada, em que estava a pensar- o que vai ser da minha vida? Vou continuar a trabalhar como atriz, não vou continuar a trabalhar como atriz? Estava um pouco perdida. Para mim esta participação acabou por ser uma lufada de ar fresco, era o que eu estava a precisar. Diverti-me, não fui com preconceito, não fui com medo de cair no ridículo, era comédia, trabalhei com excelentes profissionais. Foi bom pessoalmente e para a minha carreira porque acabei por vir a ter mais trabalho.

iPG.- Falou do fato de o trabalho como atriz ser incerto, isso transmite-lhe alguma insegurança, ou encara bem as paragens que a profissão acarreta?

D.M.- Sim, já houve uma altura em que estive bastante tempo parada, nessa altura pensei: o que fazer à minha vida? Fases em que apesar de só se quer fazer isto, se pensa quais são as outras coisas que se gostam mesmo de fazer para seguir outro caminho. Fiquei ali uma fase muito perdida, em que pensei: se eu desistir tenho medo de fechar esta porta! Mas na verdade a porta fica sempre entreaberta porque há sempre o bichinho de querer voltar a trabalhar como atriz e isso às vezes não nos deixa seguir para outro caminho. Mas sim, houve uma fase em que ponderei deixar a profissão. Em que pensei que não valia a pena, estava parada, precisava sobreviver como as outras pessoas, tinha contas para pagar… mas depois lá consegui dar a volta e nos últimos anos as coisas têm corrido bem, tenho tido trabalho.

iPG.-Em “Tempo de Viver” desempenhou o papel de acompanhante de luxo e em “Dancin’ Days” deu vida a uma stripper, ambos os papéis marcados pela sensualidade e alguma desinibição. Sente-se à vontade neste tipo de papéis?

2014-25-06-picture-2387694D.M.- Para ser sincera lido bem com esses papéis, não tenho preconceito relativamente a isso, profissionalmente. A partir do momento em que se aceita fazer uma personagem que é stripper, que é sensual ou tem cenas mais ousadas não pode haver preconceitos, nem nada nesse sentido. Se eu aceitei fazer a personagem não tenho que pensar nessas questões, nem ter medos. Claro que os medos existem sempre, mas aí sou eu que tenho de me controlar, falar com o realizador e tentar perceber o sentido das cenas. Por exemplo, no filme “Duas Mulheres” existiram cenas mais ousadas com a Beatriz Batarda, e como é óbvio quando li aquilo fiquei assustada mas depois falei com o realizador e percebi que as cenas faziam sentido, logo não tem de haver preconceitos. O corpo também é o nosso instrumento de trabalho, na minha opinião, não posso ser atriz com tantos tabus senão não vou conseguir libertar-me, nem conseguir cumprir os meus papéis como deve ser. Ninguém tem uma noite de amor tapada até à cabeça, a nossa representação tem de ser credível para os telespectadores.

iPG. – Neste momento está a gravar a novela “Mar Salgado”. O que podemos esperar da sua personagem?

D.M. -Acho que as pessoas vão gostar da minha personagem, ela é divertida e alegre, tem um lado bom e um lado mau. Não deixa de ser sensual, é sensual há sua maneira. Vive num bairro de pescadores e acha-se o máximo. Eu estou a divertir-me muito e espero que o público também se divirta.

iPG- Que projetos e objetivos tem para futuro?

D.M. –Não há mais projetos, por agora. Eu gostava muito de fazer mais formação, ainda estou a ponderar onde e custos, como é óbvio. Mas gostava mesmo de fazer mais formação, mas se surgirem novos projetos terei de adiar.

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