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O cardeal brasileiro Geraldo Majella Agnelo afirmou que quer ter acesso ao relatório entregue a Bento XVI com informações sobre os escândalos na Igreja Católica antes do conclave, divulgou hoje a imprensa brasileira.

“Se houve uma comissão e se apresentaram um parecer, nós vamos querer saber”, declarou o cardeal, na quinta-feira, ao jornal Folha de São Paulo.

“Eu acho que devia ser, se é que temos um dossiê grande, devia ser comunicado”, acrescentou.

Nesta semana, o Vaticano informou que um relatório sobre o chamado caso Vatileaks (documentos secretos do Vaticano que vieram a publico) feito por três cardeais, a pedido de Bento XVI, só será conhecido pelo novo papa.

Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de Salvador, disse ser contra o sigilo e defendeu que as conclusões do relatório sejam comunicadas a todos os 115 cardeais votantes.

“Esses três cardeais deveriam passar (o relatório) para nós, antes do conclave”, defendeu.

O cardeal, de 79 anos, é um dos cinco brasileiros que participarão no conclave para a eleição do novo papa.

“O importante é ter uma noção do que é fundamental neste documento. Por enquanto, só estou a acompanhar pelos jornais”, afirmou Majella Agnelo.

Segundo a revista italiana “Panorama” e o jornal “La Repubblica”, o documento descreveria uma rede de corrupção e prostituição homossexual no Vaticano e teria sido determinante para a saída do papa.

O Vaticano confirmou a existência do relatório, mas negou a versão da imprensa.

O cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e membro do conclave, disse ao jornal Folha de São Paulo que espera receber, pelo menos, um resumo do texto antes de votar.

“Os cardeais devem ter conhecimento do que é necessário”, declarou Damasceno Assis.

O papa Bento XVI, de 85 anos, anunciou a 11 de fevereiro, durante um consistório no Vaticano, a sua resignação a partir de 28 de fevereiro devido “à idade avançada”.

Bento XVI irá passar dois meses na residência papal de Castel Gandolfo, próximo de Roma, e posteriormente, vai permanecer num mosteiro dentro do Vaticano.

Um novo papa será escolhido até à Páscoa, a 31 de março, disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

A primeira reunião preparatória dos cardeais para o conclave que vai eleger o sucessor de Bento XVI realiza-se na segunda-feira.

O último chefe da Igreja Católica a renunciar foi Gregório XII, no século XV (1406-1415).

NOTICIA LUSA
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