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Cerca de 50 trabalhadores no ativo e reformados da transportadora Carris participaram hoje, em Lisboa, no plenário convocado pelo sindicato do setor para contestarem a perda de direitos adquiridos e exigirem melhores condições de trabalho.

Exibindo uma faixa em que se lia “Pelo salário e trabalho com direitos!” e “Por uma Carris ao serviço da população!”, foram poucos os trabalhadores que participaram nesta ação, mesmo com a greve convocada pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).

“Quando avançámos para a marcação deste plenário sabíamos das enormes dificuldades em termos da presença efetiva dos trabalhadores – Dificuldades criadas pelo conselho de administração, fruto dos roubos aos rendimentos dos trabalhadores que têm sido efetuados”, disse Manuel Leal, da Fectrans.

A federação convocou uma greve para hoje, entre as 08:00 e as 16:00, para que os trabalhadores pudessem participar no plenário sem terem de faltar ao trabalho.

Contudo, segundo a Carris (que gere linhas de autocarro e elétrico na Grande Lisboa), pelas 10:00, das 570 ligações previstas apenas não se realizaram 16.

Confrontado com estes números, o sindicalista disse que não tinha níveis da adesão definidos e que essa não é uma preocupação.

“O nosso objetivo era a concretização deste plenário e o apelo à participação de todos os trabalhadores na manifestação do setor no próximo sábado. Essa [a greve] é para nós uma questão secundária”, frisou.

No plenário, os trabalhadores aprovaram, por unanimidade e aclamação, uma moção que entregaram no gabinete do secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, e na qual exigem o cumprimento do acordo de empresa e a concretização de uma reunião pedida há mais de um mês com o governante.

O fim da repressão sindical, o fim da perda salarial e o direito ao transporte público pelos trabalhadores e suas famílias são outras das exigências.

“Na opinião pública passa a ideia de que os trabalhadores são privilegiados porque têm direito ao transporte nos veículos da empresa, mas não é comparável à benesse que os administradores têm com automóveis, combustível, manutenção e portagens pagas por todos nós e em que não há limitação de ordem financeira”, frisou Manuel Leal.

Numa comparação, o sindicalista referiu que “só o presidente do conselho de administração foi aumentado em mais de 10 mil euros anuais, enquanto os trabalhadores perderem 30% do salário”.

O plenário da Carris ocorre numa semana que está a ser marcada por ações de luta dos trabalhadores do setor dos transportes, com a realização de plenários e paralisações em várias empresa públicas e privadas.

A semana de luta culmina com a realização de uma manifestação do setor dos transportes no sábado, pelas 14:30, na Praça Luís de Camões, em Lisboa, e que segue depois para a Assembleia da República.

NOTICIA AGÊNCIA LUSA
FOTO:MIGUEL A. LOPES/LUSA
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