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foto:jcoterhals / Flickr

O implante converte a luz em sinais elétricos, que estimulam os neurónios da retina, e devolve a esperança para milhares de pessoas que sofrem de degeneração da retina, com doenças como a retinite pigmentosa, em que as células fotorrecetoras morrem, tendo impacto na visão periférica, central e na distinção das cores.

O implante é feito de uma camada fina de polímero condutor, colocado numa base e coberto por um polímero semicondutor. Este polímero semicondutor age como um material fotovoltaico, absorvendo fotões quando a luz penetra na lente dos olhos. Quando isso acontece, a eletricidade estimula os neurónios retinais, preenchendo a falha que existe na retina do paciente.

Para testar este implante, os investigadores colocaram-no nos olhos de cobaias geneticamente selecionados para desenvolver esta degeneração da retina. 30 dias depois da cirurgia, os cientistas testaram a sensibilidade relativamente à luz, comparando o reflexo pupilar deste grupo com os de cobaias saudáveis e cobaias com a degeneração mas que não passaram pelo tratamento.

Os cientistas observaram que, com a baixa intensidade de 1 lux (o equivalente à luz da lua cheia), os cobaias tratados não mostravam resultados muito melhores do que os ratos sem tratamento. No entanto, quando essa luminosidade aumentava para 4-5 lux (a luminosidade do crepúsculo), mostravam resultados semelhantes aos animais saudáveis.

Dez meses depois da cirurgia, o implante ainda se mostrou eficaz nos cobaias, mas todos os grupos (saudáveis, tratados e não tratados) apresentaram uma perda visual provocada pelo avanço da idade.

Ao usarem um aparelho de tomografia para controlar as atividades cerebrais durante os testes de sensibilidade à luz, os cientistas viram uma melhoria na atividade do córtex visual primário, responsável por processar a informação visual.

Com base nestes resultados, agora publicados na revista científica Nature, a equipa concluiu que o implante ativa diretamente os circuitos neuronais residuais da retina degenerada. Porém, ainda são necessárias novas investigações para perceber exatamente como é que esta estimulação funciona a nível biológico.

Por enquanto, não há garantias de que estes resultados se vão repetir em humanos, mas a equipa está otimista. “Esperamos replicar estes resultados excelentes em humanos”, afirmou a investigadora Grazia Pertile.

“Estamos a planear realizar o primeiro teste em humanos na segunda metade do ano e recolher resultados preliminares em 2018”, acrescentou.

ZAP // HypeScience

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