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O primeiro-ministro assegura, este domingo, em entrevista ao diário espanhol ABC que a construção de uma linha para comboios de alta velocidade entre Lisboa e Madrid está adiada por “muito tempo” porque é uma questão “tabu” em Portugal.
Para o chefe do Governo, “infelizmente” houve um tempo em que o grande tema de diferenciação política entre esquerda e direita era o investimento público em infraestruturas, como a linha de alta velocidade entre Lisboa e Madrid ou a construção de um novo aeroporto na capital portuguesa.
“Também perdemos a oportunidade de fazer um novo aeroporto”, disse Costa, considerando que agora se tem de “pôr de lado do debate partidário todos esses temas”.
Noutra parte da entrevista ao ABC, António Costa assegura que será candidato nas próximas eleições, “se gozar de boa saúde”.
Costa também afirma que foram os partidos apoiantes do governo, Bloco de Esquerda (BE) e Partido Comunista (PCP), que o convenceram a tomar certas medidas fiscais, mais do que ele a convencer os partidos de esquerda.
“Em todos os nossos programas eleitorais estavam essas medidas e os acordos de apoio parlamentar levaram-nos a aplicá-las antes do esperado. Não foi um grande esforço tê-los convencido. Pelo contrário, convenceram-me mais eles a mim“, afirmou António Costa.
O chefe do Governo evitou responder a uma pergunta sobre se seria possível o crescimento económico atual sem que se tivesse passado pelos “anos duros de austeridade” do anterior Governo do PSD “encarregado de ativar as medidas impostas pela ‘troika’”.
“Não vou abrir uma luta sobre o passado. O passado, passado está”, afirmou Costa, acrescentando que “o importante é que Portugal virou a página” e conseguiu alcançar o défice orçamental “mais baixo” da democracia e o crescimento “mais forte” desde o início do século, assim como começado a reduzir a dívida e o desemprego.
A entrevista foi realizada na passada terça-feira, quando o chefe do Governo esteve em Madrid para se encontrar com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e inaugurou uma exposição sobre o poeta Fernando Pessoa no museu Rainha Sofia.
ZAP // Lusa