Há algumas semanas Rui Moreira alertou para a intenção da TAP terminar com os voos de médio curso, criando uma ligação direta entre a Galiza e Lisboa, o que tiraria os passageiros do Porto. Na passada quinta-feira o Conselho Regional do Norte veio reforçar os receios do autarca pedindo a intervenção do governo nas decisões da TAP.
O Conselho Regional do Norte reuniu a passada quinta-feira, tendo decidido por unanimidade, pedir a participação do Governo nas decisões da TAP, nomeadamente no que concerne ao cancelamento de rotas a partir do Porto.
Segundo declarações do Presidente do Conselho, este prepara-se para “dirigir missivas à Comissão Executiva e ao Conselho de Administração da TAP e também ao Primeiro-Ministro de Portugal com o objetivo de promover um conjunto de reuniões para dar contributos do Norte para a decisão nacional, à semelhança do que o Norte tem feito para o país”.
No comunicado entregue aos jornalistas, a Comissão Permanente do Conselho Regional do Norte aproveitou para “reafirmar a importância estratégica do aeroporto Francisco Sá Carneiro”, e “apoiar todas as iniciativas que se destinem a defender e reforçar a referida importância”.
De relembrar a importância do aeroporto Sá Carneiro para o turismo e o desenvolvimento empresarial e económico do Porto e do Norte em geral, daí o receio de Rui Moreira relativamente a esta estratégia que chamou de “o segredo mais bem guardado” possa vir a esvaziar o aeroporto Sá Carneiro, concentrando o tráfego aéreo todo para a capital “E aí concretiza-se o que a TAP está a fazer há 12 anos, pelo menos, que é abandonar e destruir o aeroporto”.
Segundo o autarca, o Porto aguarda para saber se a privatização será revertida pelo Governo de António Costa ou se a companhia adotará um modelo privado, caso se opte pela segunda opção, Rui Moreira afirmou que “o Porto abandona a TAP e procura alternativas”, relembrando que “Os contribuintes portugueses pagaram uma empresa portuguesa mal gerida para depois pagar ainda uma empresa só de Lisboa” Confessou ainda, “Temo o pior e isso é o sistema intermédio: o Governo vai ficar com uma posição na TAP e vai ficar a administração com todos os poderes. O Interesse da TAP pelo Porto, Faro, Funchal e Ponta Delgada é zero”.