É gritante o número de crianças que surgem com situações menos fáceis de comportamento, em constante conflito com os mais velhos, pais, avós, professores e até com os colegas. Crianças que colocam constantemente em causa a autoridade dos pais, que desenvolvem um comportamento desafiador, que não aceitam nem respeitam as regras que lhes são sugeridas nos diferentes contextos em que vivem.
Existem crianças com comportamentos que não se explicam tendo em conta o contexto familiar e a educação que lhes é dada, sobre as quais os castigos e os discursos ameaçadores parecem fazer exatamente o efeito contrario ao esperado.
Todos nós temos dentro de nós uma série diferencial de emoções com as quais nem sempre sabemos lidar, educar as emoções transformando-as em sentimentos controláveis e compreendidos é algo que não faz parte nem do currículo escolar, nem dos hábitos educacionais.
Se para nós adultos por vezes é difícil explicar o que sentimos, para as crianças em desenvolvimento é pouco simples explicar o que estão a sentir dentro de si mesmas. Para além deste aspeto, ligado ao expor o que vivem dentro, estas são crianças normalmente inseguras que procuram ser aceites pelos outros e acham muitas vezes que não obedecer e desafiar os faz aos olhos dos amigos “heróis”.
Se por um lado, precisamos urgentemente falar de emoções e sentimentos com as crianças de modo a que consigam identifica-las nas diferentes vivências da sua vida, e saber falar sobre elas, sobre o que sentem, por outro é necessário que o adulto defina bem o seu papel de educador, que passa por estabelecer limites, dar responsabilidades e oferecer oportunidades para confiar. Reforçar positivamente as boas atitudes pode também ser uma atitude a tomar.
Na vida de uma criança aprender a conhecer-se a identificar os seus sentimentos e a controlar-se nas situações menos fáceis é a base para a construção dos restantes em alicerces sólidos que lhes garantirão a segurança de ultrapassar desafios.