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Quando se pensa em crise, a primeira coisa que nos vem ao pensamento, são dificuldades, falta de dinheiro e consequentemente, o fraco poder de compra por parte das famílias.
Começo desta forma pelo seguinte: no passado domingo dia 30 de dezembro, como habitualmente faço a esse dia da semana, dou uma volta pelo “shopping center” mais badalado na região de Cascais (mais um dentro de vários existentes no distrito de Lisboa) e tomar um café.

Normalmente é um local tranquilo e de fácil acesso, não existe muita confusão e circula-se sem esbarrar nos demais visitantes (daí a minha escolha). Para meu total espanto, neste dia, deparei-me com um sem fim de gente! Gente que circulava pelos corredores do estabelecimento, outros “ensardinhados” dentro das lojas (normal nesta época de trocas), mas, o que mais me surpreendeu, foi a quantidade de pessoas, casais, famílias e outros, na praça da alimentação, em filas enormes para as caixas dos restaurantes e outras que tais para arranjar mesa para o saboreio da refeição que tanto tempo demorou a comprar.

Ora, numa época em que se fala tanto de crise, austeridade, dificuldades, desemprego e poupança, fica a dúvida, será que a tal crise existe mesmo ou não passa de uma desculpa para manter o queixume tradicional do povo português e do seu fado? Afinal, de que crise falamos, será crise de valores?

Se por um lado é fim do ano de 2012 e existe a euforia dos festejos, será que este é um povo que passa ao lado da realidade actual? Será que a vontade de gastar o que se deveria amealhar para os tempos difíceis que se avizinham, supera a vontade de reunir a família à volta da mesa em casa e preparar a comida caseira, bem mais económica?folia2

Se este local que referi, é habitualmente um local tranquilo e sem grandes confusões, estava neste caos, imagino o que terá acontecido nos “shoppings” mais frequentados da capital…

Pior que um navio seguir sem rumo e sem comandante, são os seus passageiros, que, sabendo da tragédia e da tempestade que se aproxima, com previsões de temporais devastadores, nada fazem para fazerem frente ao temporal, ignorando os avisos e sinais, continuando ao sol como vida de cigarra…

Depois destas demonstrações de descaso e de euforia coletiva, por favor: não me peçam para ser condescendente e piedoso com lamúrias e com lagrimas de “réptil”, que todos os dias nos entram em casa, através das estações de televisão.

Afinal, cada um só tem o que merece…

Bem haja e Feliz 2013!

Por: Alexandre Perdigão

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