Paulo Cunha e Silva partiu aos primeiros minutos da passada quarta-feira, de paragem cardíaca e com apenas 53 anos. Com uma vida profissional muito ligada à cultura e ao Porto, a autarquia declarou três dias de luto.
Médico de formação, Paulo Cunha e Silva deu um vasto contributo para a cultura do país através da participação em diversos projetos, entre os quais se destacam o Porto 2001 Capital da Cultura ou mais recentemente o festival de Música de Órgão.
Há 2 anos no papel de vereador da Cultura da Câmara do Porto, trouxe nova vida à cidade. Sobre o profissional destaca-se a sua capacidade de estabelecer ligações entre pessoas de diferentes áreas, a energia que depositava nos seus projetos, a vontade que tinha de que a cultura fosse acessível a todos.
O Rivoli, palco da cultura na cidade do Porto, foi desta vez cenário da despedida do homem que marcará para sempre o despertar da invicta para todas as formas de arte que dão essência a beleza de existir.
O cortejo fúnebre até a igreja da Lapa, revestiu-se de momentos alternados entre o silêncio e os aplausos, ambos reflexos da admiração e respeito que Paulo Cunha e Silva conquistou com o seu desempenho.
A igreja parecia pequena para as centenas de pessoas anónimas e conhecidas, que se quiseram despedir do vereador, que foi apelidado de “Génio” por Rui Moreira, durante o discurso fúnebre. O autarca relembrou ainda a convicção de ambos, de que a cultura, não pode ser vista como um luxo, um “bem efémero e leviano que se propague naturalmente e só é importante em tempos de abastança”. Reforçou ainda que a memória de Cunha e Silva será sempre preservada e o seu trabalho terá continuidade.
A cerimonia foi também marcada pela participação dos sobrinhos que se emocionaram ao relembraram o tio para além do profissional. A cidade ficou mais “pobre” mas só morre quem é esquecido e Paulo Cunha e Silva fará sempre parte da história cultural do Porto e do país.