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Em 2006, os brasileiros Jorge Lopes e Francisco de Carvalho Souza notaram a presença de uma das mais raras aves da Amazónia, o jacu-estalo-escamoso (Neomorphus squamiger) num percurso da Reserva Particular de Património Natural Cristalino.

A dupla, que trabalha como guia num hotel da cidade de Alta Floresta, Mato Grosso, decidiu dedicar sete anos da sua vida a localizar a ave, observá-la e registar os seus hábitos.

Em 2013, finalmente, Jorge e Francisco conseguiram filmar o jacu-estalo-escamoso pela primeira vez, contribuindo não só para o aprofundamento da pesquisa científica sobre a ave mas também para impulsionar, no local, a comunidade de birdwatchers e amantes da natureza.

A filmagem permitiu chegar a importantes conclusões sobre a aparência da ave e o seu famoso som de estalo. Na verdade, os dois guias perceberam que este som não é o único barulho característico da espécie – eles registaram outros dois sons emitidos pela ave, um deles na hora de ir dormir.

Segundo o Planeta Sustentável, a descoberta foi classificada como “importante” pela comunidade científica brasileira e irá oferecer dados valiosos para o trabalho de conservação do jacu-estalo-escamoso.

Endémica do interflúvio dos baixos rios Xingu e Tapajós, a ave está ameaçada, como tantas outras, devido à desflorestação da Amazónia, sendo considerada vulnerável pela Lista Vermelha da IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.

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