As convulsões que estão a ter lugar num sem número de cidades brasileiras, faz aflorar à mente várias questões prementes do quotidiano em muitos países, dos quais hoje apenas destacarei Portugal e Brasil. Estava a meditar sobre o que deveria aqui escrever, quando li uma notícia que veio deitar achas para esta fogueira que já tinha suficiente labareda.
Trata-se da homília proferida em Fátima numa missa dedicada às Forças Armadas, pelo respetivo bispo, Januário Torgal Ferreira, à qual assistiram os ministros da Defesa, Dr. Aguiar Branco e da Administração Interna, Miguel Macedo. Com a sua presença, os senhores ministros sancionaram os apelos à rebelião, (algo semelhante ao que se passa no Brasil), que desde há muito Torgal vem pretendendo para as cidades portuguesas.
Em meu modesto entendimento, o que de melhor Macedo e Aguiar Branco poderiam e deveriam ter feito e ainda estão a tempo era, quanto antes, aconselharem aquele sacerdote a ir juntar-se aos 12 exorcistas que a igreja neste momento possui, ou então a gozar das reformas a que tiver direito mas, preferencialmente, a distribuir pelos muitos pobres que existem, parte desses vultosos rendimentos. Também o poderiam ter chamado de lado e perguntado que caminho trilhava ele ao tempo de Salazar, e se não teria sido um dos que prestaram vassalagem ao cardeal Cerejeira…!
Muitas vezes me questiono, a propósito dos males que afetam países como o Brasil e Portugal, se a maior causa da situação a que chegámos não terá como causa principal a CORRUPÇÃO! Porém, a economia naquele país da América floresce, enquanto no nosso está em recessão. Será que lá o entregar-se a cada cidadão um livre-trânsito, apaziguará os ânimos? E cá, em que questões ligadas a esse terrível vírus, cuja extinção não antevejo, pois por mais forte que seja o antibiótico que se lhes aplique, ele resistirá sempre?
Isso recorda-me o tempo das Descobertas (daí o título) ou mais modernamente o tempo do “Achamento” (porquê só se aplicar ao Brasil e não a Angola, Moçambique, etc, já que todas essas terras estariam povoadas à data?) e então eu perguntar: teremos sido nós a levar nas caravelas esse vírus tão letal ou, pelo contrário, trouxemo-lo de todas as colónias, a doença crónica da corrupção?
Já não bastava o que se passa com os submarinos e submersíveis de outra natureza e profundidade, e eis que surge, a nível local, o desbaratar de três milhões de €uros por parte de autarcas do PS de Portimão! Aonde é que isto vai parar? Já baixámos os braços e não procuramos descobrir um antídoto para este mal que nos afeta? Será preciso que o povo se erga e decida levar para o Governo Homens como, entre outros, que certamente haverá, Drs. Paulo Morais, Medina Carreira ou o juiz jubilado Carlos Moreno?
Há duas maneiras, pelo menos, de olhar a atuação dos políticos que elegemos: uma que eles não se encontram preparados para os desafios que se lhes deparam nos dias que correm, pois com a economia degradada como está, não encontram como explicar aos concidadãos as razões que os levam a pedir deles mais e mais sacrifícios. Este comportamento, até certa medida, tem aceitação. Mas o problema é quando nos interrogamos sobre quem deu azo a este estado de coisas, senão os políticos? E aí, deveria aplicar-se a Portugal a receita preconizada pelo colunista João Pereira Coutinho, quando afirma que, em países civilizados, os políticos que contribuem para a ruína do seu país, vão para a cadeia… aqui, ao menos “que comecem por pedir desculpa” aos cidadãos!
Por último, pois a crónica já vai longa, valha-nos agora a decisão do governo de passar a fazer conferências de imprensa diárias. Talvez assim consigamos atingir o alcance das medidas drásticas que desde há muito anda a tomar e que são imperceptíveis para a maioria dos portugueses!
Até sempre!
Opinião Global**Por Dominick George**21/06/2013
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