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FC Porto perdeu por 2-0 na visita ao Belenenses e caiu para o segundo lugar da Liga NOS, um ponto atrás do Benfica, que assumiu a liderança isolada da prova.
Vinte e sete disparos de diferença, sendo que os da casa enquadraram três e o Porto sete (no topo está o Porto – Braga de 2016/17, com 29). Um jogo claramente decidido pela eficácia lisboeta e pela falta dela por parte dos portistas.
O Jogo explicado em Números
- Jogo algo dividido nos primeiros dez minutos, com o FC porto a tentar pegar no jogo e a registar 52% de posse. Porém, o Belenenses foi muito eficaz e marcou no segundo remate que fez, primeiro enquadrado.
- Nathan, que já havia marcado ao Benfica, isolou-se e, à saída de Iker Casillas, colocou a bola sobre o espanhol para o 1-0.
- O FC Porto registava apenas um remate (enquadrado) na altura do golo, mas nos dez minutos seguintes, a equipa de Sérgio Conceição tentou o disparo mais quatro vezes, uma enquadrada, aumentando para 55% a posse de bola. Porém, os homens da casa tentavam sempre transições muito rápidas.
- O jogo chegou à meia-hora sem grandes mudanças no seu cariz, apesar do esforço de Brahimi, até este momento o jogador mais inconformado da partida, com dois remates (ambos sem a melhor direcção), duas tentativas de drible com sucesso, sete duelos ganhos em nove e três faltas sofridas em zonas de perigo.
- Perto do intervalo, a pressão do Porto já havia registado 25 bolas colocadas na área do Belenenses que, aos poucos, recuava cada vez mais para a sua grande área – 37% do jogo desenrolava-se no último terço ofensivo dos “dragões”.
Belenenses em vantagem ao descanso, numa partida em que os “pastéis” souberam aproveitar a única oportunidade de golo que de dispuseram – aliás, na única ocasião flagrante dos primeiros 45 minutos – para marcar, por Nathan.
Isto contra a tendência de jogo, que teve um Porto mandão e à procura de marcar, algo reflectido nos 63% de posse de bola e nos 13 remates. Porém, só dois enquadrados, tantos quanto o Belenenses em apenas três tentativas.
O melhor em campo nesta altura era Yacine Brahimi, com um GoalPoint Rating de 6.3, fruto de três remates (todos sem a melhor direcção), três dribles completos em três tentativas e incríveis oito recuperações de posse.
- Nos primeiros 15 minutos do segundo tempo assistiu-se a um intensificar da pressão portista, que registou 66% de posse nesta fase e cinco remates, dois deles enquadrados. Neste reatamento, o guarda-redes do Belenenses, André Moreira, começava a destacar-se como uma das figuras da partida, fruto de um total de seis defesas.
- Mas, totalmente contra a corrente de jogo, o Belenenses voltou a marcar, aos 70 minutos. Livre da esquerda por Fredy Ribeiro e Maurides, o “rei das alturas”, saltou mais alto que toda a gente e cabeceou para o 2-0 – curiosamente o primeiro duelo aéreo que ganhou no jogo, segundo toque na bola. Um tento que surgiu ao primeiro remate dos “azuis” do Restelo no segundo tempo, o quarto em todo o jogo, terceiro enquadrado.
- O intenso domínio portista esbarrava, fundamentalmente, em questões de eficácia. Por volta dos 80 minutos, os “dragões” registavam cerca de 65% de posse de bola, 24 cruzamentos de bola corrida, sete cantos (seis deles no segundo tempo) e 24 remates (16 de dentro da área lisboeta), mas apenas enquadraram seis. O Belenenses acertou três vezes com a baliza em quatro tentativas. Esteve aqui a grande diferença.
O Homem do Jogo
O Porto perdeu, mas (re)ganhou um jogador. Alex Telles esteve algumas semanas lesionado e regressou esta segunda-feira para ser o melhor em campo. O lateral brasileiro estabeleceu mesmo um novo recorde de passes para finalização nesta Liga NOS, nada menos que oito, mais um que Marcos Acuña e Raphinha.
Para além disso, Telles rematou três vezes (todas desenquadradas), realizou 14 cruzamentos de bola corrida (dois eficazes), teve sucesso em dois de três dribles e foi o jogador com mais acções com bola, 98. Está de regresso e na melhor forma, arrancando um GoalPoint Rating de 7.8.
Jogadores em foco
- André Moreira 7.5 – O Belenenses bem pode agradecer ao seu guarda-redes pelo triunfo. Perante a avalancha ofensiva e de remates do Porto, o jovem realizou sete defesas, algumas de grande qualidade, seus delas a remates dentro da sua área.
- Yacine Brahimi 7.2 – O argelino foi dos mais inconformados e esforçados, embora nem sempre com o melhor critério. Brahimi terminou com cinco remates, mas nenhum com a direcção da baliza. Teve ainda sucesso em seis de oito dribles, fez dois passes para finalização e somou 15 recuperações de posse. Mas faltou-se ser decisivo.
- H. Herrera 6.6 – A consistência portista passa por ele e voltou a não desiludir nesse aspecto, com 11 recuperações de posse e oito acções defensivas. O mexicano registou 93 acções com bola e colocou-a dez vezes na área contrária, mas apesar dos três dribles certos, foi pouco incisivo no último terço, com apenas um remate e um passe para finalização.
- Iker Casillas 5.3 – No jogo 1000 na carreira do lendário guarda-redes, o espanhol levou para recordar uma derrota amarga, que retira algum brilho a este número. Porém, não podíamos deixar de o assinalar, apesar de ter sido chamado a realizar apenas uma defesa.
- Yordan Osorio 4.1 – Perante o castigo de Marcano, Sérgio Conceição apostou em Osorio, e o plano saiu furado, pois o central venezuelano foi o pior em campo. Nos 69 minutos que esteve em campo realizou apenas uma acção defensiva (um alívio) e cometeu o erro que redundou no 1-0.
ZAP // GoalPoint