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Como é conhecido de todos nós o desemprego tem vindo a aumentar no nosso país em nome de uma “crise” que sustenta todos os maus pensamentos e falta de esperança de um povo que outrora se aventurou por mares nunca antes navegados.

De um momento para o outro jovens licenciados acabados de sair das universidades, cheios de esperança em encontrar um emprego na sua área de formação, vêem-se a braços com a fila de um centro de emprego cheia de rostos marcados pela interrogação do futuro.

Pessoas com formação superior e uma vasta experiência profissional acordam depois de uma vida de empenho e correria para a dura realidade do primeiro dia de uma nova vida- o desemprego. Esta nova vida traz a frustração, a sensação de inutilidade, a obrigação de uma apresentação quinzenal e o conhecimento pormenorizado das paredes de uma casa nunca antes tão observadas!

A rua do desemprego torna-se comprida demais para alguns, a cada passa dado nessa rua apercebemo-nos de mais uma realidade conhecida, tantas vezes relatada perto de nós, mas ingenuamente ignorada com o velho pensamento “ só acontece aos outros”. E quando nos acontece a nós? De que modo encaramos a situação? Estamos preparados para desenvolver outro modo de andar, para ultrapassar cada etapa?

Na rua do desemprego passa-se por diversas etapas, a primeira a da esperança inicial de encontrar emprego na área que dominamos e para a qual temos habilitações, a segunda quando percebemos que temos habilitações a mais ou a menos para o que o mercado de trabalho existe atualmente, a terceira quando nos revoltamos contra um sistema que não valoriza o empenho na formação que tivemos ou a experiência própria da idade, a quarta etapa aquela em que começamos a ponderar mudar de profissão, ser empreendedor, construir o nosso futuro por nós e ai, também ai, surge um entrave- o investimento. Percorridos quilómetros nessa rua chega o cansaço, o desânimo, e quantas vezes a depressão!

Na rua do desemprego só sobrevive aquele que acredita em si, que vê esta falta de emprego como a possibilidade de profissionalmente fazer aquilo que sempre quis e que a falsa segurança de um emprego o impediu, sobrevive o que é capaz de sonhar e ultrapassar obstáculo a obstáculo com garra e determinação, sobrevive o que semeia para mais tarde colher, sobrevive o que não perde o contacto com o mundo, o que deixa a sua zona de conforto e aceita esta fase como a oportunidade de mudança.

Mas este percurso traz a grande mudança, a mudança interior que nos faz ver a vida sem os olhos do consumismo e nos faz repensar o que realmente necessitamos transportar na nossa bagagem!

Por Mara Pereira - iPressGlobal
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