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O Presidente norte-americano, Barack Obama, decidiu cancelar a cimeira com o seu homólogo russo Vladimir Putin prevista para o início de setembro em Moscovo, divulgou hoje a Casa Branca.

A administração norte-americana justificou a decisão com a falta de “progressos” nas relações entre Washington e Moscovo.

“Após uma avaliação profunda (…) concluímos que as relações bilaterais com a Rússia não registaram progressos recentes suficientes para que uma cimeira tenha lugar no início de setembro”, referiu o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, num comunicado.

Durante as últimas semanas, as relações entre Washington e Moscovo têm vindo a deteriorar-se na sequência do caso do ex-analista informático da NSA Edward Snowden, que obteve no início de agosto asilo temporário na Rússia.

No mesmo dia da concessão de asilo a Snowden, que revelou a existência de programas de vigilância em massa de comunicações telefónicas e via internet de milhões de norte-americanos e estrangeiros, os EUA afirmaram estar “extremamente desiludidos” com a Rússia e admitiram que estavam a refletir sobre a manutenção de uma cimeira conjunta prevista para setembro.

A reunião bilateral teria lugar antes da cimeira do G20 (países mais ricos do mundo e as potências emergentes), também agendada para setembro em São Petersburgo (Rússia).

“Atribuímos uma grande importância aos progressos alcançados com a Rússia durante o primeiro mandato do Presidente (2009-2013), incluindo o novo tratado START [desarmamento nuclear] e a cooperação no Afeganistão, Irão e na Coreia do Norte”, explicou Jay Carney.

“No entanto, dada a falta de progressos em assuntos como a defesa antimíssil e controlo de armas, as relações comerciais, as questões de segurança global e de direitos civis e humanos nos últimos 12 meses, informámos o Governo russo que pensamos que seria mais construtivo adiar a cimeira até que tenhamos mais resultados na nossa agenda comum”, disse o porta-voz da Casa Branca.

Por outro lado, “a decisão dececionante da Rússia ao conceder asilo temporário a Edward Snowden também foi um elemento que foi levado em consideração para avaliar o estado das nossas relações”, salientou o mesmo representante.

O comunicado da Casa Branca foi divulgado após Barack Obama ter admitido, na terça-feira à noite, durante um programa na televisão norte-americana, estar “desapontado” com a Rússia.

“Fiquei desapontado, porque, ainda que não tenhamos um tratado de extradição com eles, tradicionalmente tentamos respeitar [os seus pedidos] se existir um infrator, ou alegado infrator”, afirmou Obama, no programa “The Tonight Show”, com Jay Leno, na estação norte-americana NBC.

Na mesma entrevista, o chefe de Estado norte-americano admitiu que o caso de Snowden ilustrava “de certa forma” algumas dificuldades que Washington tem sentido na relação com Moscovo.

“Há momentos em que voltam ao pensamento e à mentalidade da Guerra Fria”, referiu Obama.

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