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O jornal britânico ‘Financial Times’ noticiou nesta sexta-feira o “protesto criativo” dos “ativistas portugueses contra a austeridade”, que começaram a pedir faturas em nome do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, após sugestão do movimento cívico Revolução Branca.

“Os ativistas portugueses contra a austeridade estão a dar o número de identificação fiscal do primeiro-ministro quando pagam bens ou serviços, em protesto contra uma nova lei anti-evasão fiscal que prevê multas de dois mil euros para quem não pedir faturas”, refere a notícia do jornal Financial Times (FT), segundo a qual os ativistas em Portugal se estão a tornar “criativos” nos protestos.

O movimento cívico Revolução Branca sugeriu na quarta-feira, nas redes sociais, uma “desobediência cívica irónica” dos contribuintes, mesmo sem intenções de a ver concretizada, através do pedido de faturas em nome do primeiro-ministro, em protesto contra a nova legislação.

Segundo noticiado pelo jornal Correio da Manhã, deram entrada no sistema e-fatura “milhares de faturas” com o número de contribuinte do primeiro-ministro, passadas em restaurantes, cabeleireiros e oficinas de automóveis — totalizando milhões de euros em despesas.

Os protestos em Portugal são descritos pelo FT como “criativos”, sendo destacada ainda a iniciativa que “acabou por silenciar com uma música o primeiro-ministro português no parlamento”.

“Uma recente onda de protestos coordenados através de redes sociais por movimentos com nomes como ‘Que se lixe a troika’ e ‘Os indignados’, com a frequente intenção de serem irónicos, marca o aumento de táticas usadas por ativistas anti-austeridade, que já encenaram grandes protestos de rua”, assinala o texto daquele jornal de referência.

À Lusa, o presidente do Movimento Revolução Branca considerou “perfeitamente natural” a adesão à sugestão de pedir faturas em nome do primeiro-ministro e assinalou que “as coisas quando são espontâneas é porque surgem do fundo do coração”.

“Como tal, só mostra o sentimento da sociedade portuguesa perante a transformação de milhões de cidadãos em fiscais”, afirmou Paulo Romeira, segundo o qual “são milhões de faturas que têm entupido os serviços fiscais”.

Para o dirigente “se as pessoas estão a aderir desta forma é porque estão revoltadas com esta situação”.

“Outras ações do movimento nascerão sempre evitando criar problemas aos cidadãos e focalizando-nos no nosso alvo que é a classe política atual que nos trouxe a esta situação”, sublinhou.

NOTICIA AGÊNCIA LUSA
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