foto: Tiago Petinga / Lusa
Antigo ministro das Infraestruturas, apesar de não ter sido detido, é o “cérebro” da Operação Influencer, para o Ministério Público.
A Operação Influencer é um processo judicial que investiga negócios suspeitos do lítio e do hidrogénio do Centro de Dados de Sines.
Cinco arguidos foram detidos (e entretanto libertados), entre os quais Diogo Lacerda Machado e Vítor Escária.
João Galamba não entra na lista dos detidos. E ainda nem sequer foi a tribunal por causa deste caso.
No entanto, é o “mentor” do caso: “Parece-nos cristalino que o arguido não só atuou conluiado com os arguidos Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, como foi na verdade o autor e verdadeiro mentor dos factos ora em apreço”.
As palavras são do Ministério Público, escritas no recurso às medidas de coação, publicadas nesta quinta-feira pelo jornal Expresso.
Os três procuradores da Operação Influencer consideram que “todos os atos foram praticados” por Galamba, enquanto membro do Governo, “ou, pelo menos, seriam por si preparados e apresentados em Conselho de Ministros”.
O então secretário de Estado terá tentado alterar regras para beneficiar a Start Campus e para o próprio beneficiar da agilização de procedimentos.
O juiz de instrução do processo não vê João Galamba como suspeito – mas o Ministério Público não tem dúvidas: Galamba é suspeito de prevaricação.
Em relação a Lacerda Machado e Escária, os procuradores acham que “há perigo de perturbação grave da ordem e tranquilidade públicas quanto a todos os arguidos detidos”, sobretudo nesses dois casos.
“Há perigo de continuação da atividade criminosa” de Lacerda Machado. “Nada exclui que (…) possa continuar a desenvolver a sua rede de contactos junto de diversas entidades e titulares de cargos políticos em prol da sociedade Start Campus”, avisam os procuradores.
E mesmo Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara Municipal de Sines, que saiu sem qualquer medida de coação ou suspeita, foi mesmo corrompido, reforça o Ministério Público.
No geral, o Ministério Público critica as decisões do juiz responsável por este processo: “As considerações tecidas pelo meritíssimo juiz de instrução criminal não são juridicamente acertadas.”
ZAP //