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Uma responsável da polícia municipal de Nice disse hoje ter sofrido pressões do Ministério do Interior francês para alterar o relatório sobre o dispositivo de segurança destacado para o local onde ocorreu o ataque de 14 de julho.

O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, já reagiu a estas declarações, considerando tratar-se de “graves acusações” e anunciou que vai apresentar uma queixa por difamação.

Desde o ataque que a alegada insuficiência do dispositivo de segurança tem gerado conflito entre o Governo francês e a oposição de direita, que aponta a responsabilidade ao ministro do Interior.

O Presidente francês, François Hollande, manifestou, na sexta-feira, “toda a confiança” no ministro do Interior.

Numa entrevista ao Journal du Dimanche, Sandra Bertin, que dirige o centro de videovigilância da polícia de Nice, afirmou que, um dia após o ataque, recebeu a visita de um comissário “enviado” pelo Ministério Interior.

A responsável disse que foi “assediada por uma hora” pelo comissário, que ordenou que colocasse no relatório das imagens de 14 de julho que a polícia nacional esteve presente em dois pontos do dispositivo.

“A Polícia Nacional pode ter estado lá, mas não aparece nos meus vídeos“, adiantou.

Na quinta-feira, o jornal Libération afirmou que o controlo da entrada da zona pedonal da Promenade des Anglais, onde 30 mil pessoas assistiam ao fogo-de-artifício, estava a ser feito por um único veículo da polícia municipal e que a polícia nacional francesa estava quase ausente da zona.

No dia 14 de julho, um camião avançou durante dois quilómetros sobre uma multidão na avenida, em Nice, que estava a assistir ao fogo-de-artifício para celebrar o dia de França.

O último balanço das autoridades francesas aponta para 84 mortos e 202 feridos.

Pelo menos quatro cidadãos portugueses ficaram feridos no ataque, confirmou o Governo.

As autoridades francesas consideraram estar-se perante um atentado e o Presidente da França anunciou o prolongamento por mais seis meses do estado de emergência que vigora no país desde o ano passado.

/Lusa

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