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“Vamos equacionar os custos, mas não há serviços gratuitos”, sublinhou Agostinho Branquinho

O Governo pretende alargar a rede de transportes nas zonas do interior do país, através da expansão a todo o território do projeto Porta-a-Porta, que contará com a parceria do setor social para aumentar a mobilidade de quem vive em zonas pouco povoadas.

O anúncio foi feito no final de uma reunião de trabalho que decorreu no Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, em Lisboa, e juntou os secretários de Estado da Segurança Social e dos Transportes, assim como os representantes da União das Misericórdias, União das Mutualidades e Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade.

No final, em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, explicou que o objetivo é suprir a necessidade de quem vive em zonas com baixa densidade populacional e precisa deslocar-se através de um serviço público de transportes.

Segundo Sérgio Monteiro, trata-se de alargar a outras zonas do país o serviço que já existe em cidades como Lisboa ou Porto, uma vez que, afirmou, os transportes públicos estão concentrados nas zonas mais densamente povoadas.

Deu como exemplo, o que hoje já acontece em Mação e nos concelhos à volta.

“[A comunidade intermunicipal do Baixo Tejo] tem um serviço que custa muito pouco dinheiro por ano, um valor abaixo dos cem mil euros, serve muita gente e serve aqueles que mais necessitam porque não têm outra forma de se fazer transportar”, apontou o secretário de Estado.

Explicou, por outro lado, que este serviço irá funcionar consoante o pedido feito por parte do utente, com determinado tempo de antecedência, mediante reserva e que funcionará apenas nos dias em que houver necessidade.

“Vão ser definidos horários no início do dia, no final do dia para que as pessoas possam deslocar-se às sedes de concelho e possam regressar, possam deslocar-se dentro dos horários dos serviços públicos”, disse Sérgio Monteiro.

O secretário de Estado adiantou também que foi pedido o contributo do setor solidário, porque este “tem uma rede de apoio muito importante, que não está aproveitada ao máximo do ponto de vista do transporte e que pode ser potenciada no serviço à população”.

O secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Agostinho Branquinho, por seu lado, frisou que é preciso encontrar a complementaridade necessária com as empresas de transportes, uma vez que são elas que melhor percebem o setor, para que as pessoas “das zonas do interior do país possam vir a ter possibilidade de se deslocar mais facilmente”.

“Sobretudo para tratar daqueles problemas do dia-a-dia que as fazem tornar um pouco mais distantes da sede do concelho, do hospital, do lar, da repartição de finanças, e nesse sentido terá de haver uma complementaridade, uma integração dos diferentes atores, sejam elas as transportadoras ou as empresas do setor solidário”, adiantou Agostinho Branquinho.

Da reunião que decorreu hoje ficou definida a criação de um grupo de trabalho que irá fazer um levantamento das necessidades e dos meios já existente e que irá também definir custos e necessidades de investimento.

Disse ainda que o preço dessa prestação de serviços terá de ter “alguma harmonia com aquilo que hoje é praticado noutras áreas do território”.

Em relação a esta matéria, Sérgio Monteiro acrescentou que o orçamento que vier a ser necessário será complementado pelo Governo, mas terá também a participação dos operadores privados de transportes.

Agência Lusa
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