Hackers informáticos russos divulgaram informações médicas privadas da ginasta Simone Biles e das tenistas Serena e Venus Williams, revelando que as famosas atletas americanas receberam permissão médica para usar drogas consideradas proibidas.
Segundo o New York Times, a Agência Mundial Antidoping (WADA) atribuiu a invasão a um grupo de ciberespionagem russo chamado “Tsar Team”, também conhecido como “Fancy Bear” – um grupo que tem como alvo os Ministérios da Defesa de vários países.
Apesar de confirmar a fuga de informação, a agência “lamenta a situação” e garante que as substâncias não foram usadas de forma irregular.
Segundo a WADA, algumas atletas com determinadas condições médicas podem pedir prescrições para certos medicamentos que estão na lista das substâncias consideradas proibidas.
A especialista em ginástica artística, Simone Biles, terá consumido medicamentos para combater a hiperatividade – que são considerados proibidos no desporto mas foram aprovados pela agência de antidoping – e as irmãs Williams terão ingerido anti-inflamatórios.
“Em cada uma das situações, as atletas fizeram tudo de acordo com as regras globais para obter a permissão para usar aquela medicação”, adiantou o presidente da Agência Antidoping dos Estados Unidos, Travis Tygart.
As famosas atletas já se defenderam das acusações nas redes sociais, destacando que cumpriram todas as normas estabelecidas.
“Tenho défice de atenção e tomo remédios desde criança. Por favor, saibam que eu sempre segui as regras e continuarei a fazê-lo já que o jogo limpo é crucial para o desporto e muito importante para mim”, explicou a ginasta no Twitter.
Venus Williams mostrou-se desapontada com a divulgação das informações confidenciais e adiantou que é uma das grandes defensoras do “mais alto nível do desporto de elite”.
O grupo de hackers afirmou que, nos Jogos Olímpicos, os EUA tiveram uma boa prestação – mas que não foi justa – e admitiram ainda que vão publicar mais informações médicas sobre outros atletas mundiais nos próximos dias.
O governo americano está a investigar o caso, visto haver a suspeita de que os hackers tenham ligações ao Governo russo.
“Estes atos criminosos estão a comprometer muito o esforço da comunidade mundial antidoping para restabelecer a confiança na Rússia”, disse o diretor-geral da WADA, Olivier Niggli.
O porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitry Pescov, negou que o país tenha alguma coisa a ver com o caso.
BZR, ZAP