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Joseph Hirt, de 86 anos, construiu uma vida baseada na sua história de sobrevivência do campo de concentração nazi de Auschwitz. Agora, veio admitir que era tudo falso.

Durante anos, deu conferências onde relatava a sua história e a da sua família, de origem polaca, com detalhes de como foi a sua vida naquele que foi o maior símbolo do Holocausto: Auschwitz. Contou até que tinha conhecido o médico nazi Josef Mengele, responsável pela tortura dos prisioneiros daquele campo.

Joseph Hirt, que dizia ter conseguido fugir do campo, não se cansava de descrever o dia em que viu Adolf Hitler virar as costas a Jesse Owens, nos Jogos Olímpicos de Berlim de 1930.

As histórias eram contadas sempre na primeira pessoa.

Os relatos acabaram por chamar a atenção de um professor de História nova-iorquino, Andrew Reid, que decidiu investigar o caso de Joseph Hirt, residente no estado norte-americano da Pensilvânia.

Reid acabou por detetar inúmeras falhas no testemunho de Hirt. Para começar, o seu nome não constava na lista de vítimas e de sobreviventes de Auschwitz. Depois, o relato da fuga do campo não constava nos registos de escapatórias mantidos pelos nazis. Nem sequer poderia ter conhecido Mengele, uma vez que ele só foi trabalhar para o campo após a alegada data da fuga de Hirt.

Confrontado com estes e outros factos, Hirt acabou por confessar que fabricou toda a história na edição da passada sexta-feira do “Lancaster Online”.

“Escrevo hoje para pedir desculpa publicamente pelo mal que causei pelas descrições pessoais que fiz sobre a vida em Auschwitz”, disse Hirt. “Eu não fui prisioneiro. Errei. Peço perdão”.

E justificou-se: “Estava determinado a fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para evitar que a verdade sobre a vida em Auschwitz se perdesse”.

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