A igreja dos Clérigos reabriu ao público na passada sexta-feira, ao meio dia, tal como acontecerá há 235 anos atrás na sua primeira inauguração. As portas abriram-se com a realização de uma missa solene, presidida pelo Bispo do Porto e pelo patriarca de Lisboa.
Passado quase um ano desde o início das obras de renovação, a igreja dos Clérigos abriu porta aos visitantes com um novo esplendor. A intervenção trouxe novas valências: museu, elevador, concertos de órgão de tubos e acessos para pessoas com mobilidade reduzida. O investimento de cerca de 2, 6 milhões de euros, dos quais 1,7milhões foi obtido pelo Quadro de Referência e Estratégia Nacional (QREN) e o restante de responsabilidade da Irmandade dos Clérigos, parece assim ter sido bem empregue na conservação daquele que é já um dos ex-libris da cidade do Porto. Uma obra projetada pelo arquiteto Nicolau Nasoni cujo corpo se julga sepultado no monumento, numa cripta agora descoberta, por um carpinteiro que fazia o restauro do soalho da igreja.
Nesta inauguração e em sinal de agradecimento pelo contributo prestado a este projeto foram entronizados como membros adotivos da Irmandade dos Clérigos, o arquiteto João Carlos Gomes, Paula Silva e António Ponte, (o atual e o anterior diretores regionais de Cultura), Barreto Xavier e Castro Almeida (secretários de Estado da Cultura e do Desenvolvimento Regional e o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
A presença de Pedro Passos Coelho foi marcada pela frequente manifestação antigovernamental mas também pelo arranque do primeiro de muitos concertos de órgão de tubos, prometidos para esta nova etapa turística e cultural do monumento. O coro da Irmandade da Lapa, marcou também presença nesta cerimónia de inauguração, com a entoação de vários temas que comprovaram uma vez mais a qualidade acústica da igreja.
A partir do dia da inauguração e durante algum tempo realizar-se-á na igreja concertos diários de órgão de tubos, com o apoio da Associação Comercial do Porto.