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Quando Pedro Passos Coelho se considera o defensor da “Social-democracia, sempre!” como divisa para a sua candidatura à liderança do PSD, alguma coisa está mal.

Das duas, uma; ou o PSD sempre foi um partido com uma ideologia de neoliberalismo selvagem em que a redistribuição de riqueza e a justiça social  não são tidas em conta em nome de uma austeridade financeira, ou Pedro Passos Coelho ignora que a sua principal preocupação enquanto chefe de Governo, foi precisamente a personificação dos cortes cegos em todos os sectores com consequências irreversíveis.
A sua estratégia, em nome da reabilitação das contas e do regresso aos mercados, foi sempre a de sacrifícios obstinados ignorando o aspecto assistencialista da sociedade e reduzindo o papel do Estado ao mínimo.

Nunca Pedro Passos Coelho reconheceu nenhum exagero nas suas políticas, poderia tê-lo feito na campanha eleitoral, poderia ter assumido as suas escolhas como inevitáveis e que era chegado agora o tempo de as alterar. Pelo contrário, o seu discurso continuou sempre a ser o dos sacrifícios que teriam de continuar, mantendo a postura do tutelar da severidade, impedindo a esperança, pois pode o povo considerar que ele está a fazer promessas e essa imagem seria a última que ele quereria passar.

Quer nos convencer agora, Pedro Passos Coelho que afinal tudo até aqui foi uma personagem por si criada e não o que ele realmente sempre convictamente acreditou ser o melhor? Ou será que chegou agora à conclusão que o caminho poderia ter sido outro e vai ainda a tempo de recuperar a social-democracia.

A sua figuração dos últimos quatro anos será sempre a marca que não se conseguirá desassociar da pessoa, é por isso que nenhuma outra máscara conseguirá ser tão credível como a anterior, pois será essa que as pessoas lembrarão, de tal forma foi convicto o seu desempenho.

A ideologia não pode ser alterada consoante as necessidades do momento. Pedro Passos Coelho está a tentar mudar a sua imagem para uma futura reeleição no PSD, não lhe assegurar essa reeleição é garantir que o partido não se deixa enganar por bipolarizações de caráter.

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