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Foto: g-art-mann / Flickr  //

Durante dois anos, Jalandhar Nayak usou uma enxada e uma picareta para construir sozinho uma estrada de 8 quilómetros num vilarejo remoto do Estado de Orissa, na Índia, para que os filhos conseguissem ir mais facilmente à escola.

 O vendedor de hortaliças, de 45 anos, trabalhou cerca de oito horas por dia para remover as pedras e abrir o novo caminho, com o objetivo de reduzir o tempo gasto pelos filhos para ir e regressar da escola, localizada a 15 quilómetros.

As três crianças costumavam demorar três horas em cada sentido do trajeto situado num terreno montanhoso. “Os meus filhos tinham dificuldade em andar pelo caminho estreito e cheio de pedras”, disse Jalandhar Nayak ao jornal local News World Odisha.

“Com frequência eu via-os a tropeçar nas pedras. Decidi então esculpir uma estrada que passasse pela montanha, para que pudessem caminhar com mais facilidade”, conta.

Ainda faltam sete quilómetros de estrada para Nayak concluir a sua obra. Porém, a entrevista à imprensa local chamou a atenção das autoridades indianas, que prometeram construir o resto do trajeto e recompensar o vendedor pelo trabalho já realizado.

A notícia deixou Nayak “muito feliz”. O indiano aproveitou a ocasião para pedir eletricidade e água potável para a sua aldeia. Segundo a imprensa indiana, apenas a família de Nayak vive na região, abandonada por outras pessoas precisamente por falta de infraestruturas.

“Fiquei impressionado por ver que foi extremamente cuidadoso na construção e que se assegurou de que nenhuma árvore iria ser derrubada para construir a estrada”, afirmou Sibashakti Biswal, primeiro repórter a entrevistar Nayak.

A imprensa tem comparado Nayak a Dasharath Manjhi, conhecido como o “homem da montanha de Bihar”, que passou 22 anos (de 1960 a 1982) a contruir, por conta própria, uma estrada que atravessava montanhas e ligava a sua aldeia à cidade mais próxima. O objetivo era evitar que a mulher se ferisse durante o trajeto, até então considerado perigoso. Manjhi morreu em 2007 e teve um funeral com honras de Estado.

ZAP // BBC

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