foto: Maxim Shipenkov / EPA
A Ucrânia e a Rússia chegaram a um “plano de paz provisório” composto por 15 pontos após os “progressos significativos” nas conversações que tiveram lugar ao longo dos últimos dias.
Dos pontos fazem parte um cessar-fogo, a retirada das tropas russas do território ucraniano, a declaração de neutralidade por parte de Kiev, limitações às suas forças armadas e a renúncia de qualquer ambição de se juntar à NATO ou acolher bases militares da aliança — assim como proteção dos aliados.
De acordo com o Financial Times, os negociadores ucranianos e russos discutiram na íntegra pela primeira vez esta segunda-feira, com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, a afirmar hoje que o “estatuto de neutralidade” da Ucrânia “está a ser seriamente discutido” pelas duas equipas de negociadores.
O Kremlin, pela voz de Dmitri Peskov, sugeriu os modelos da Suécia e da Áustria como possíveis registos para a Ucrânia.
No entanto, tal sugestão não terá sido bem recebida pelos representantes ucranianos que ficaram céticos com a proposta e a verdadeira intenção dos russos: retirar efetivamente as tropas ou aproveitar as hipotéticas falsas negociações para reposicionar as tropas e retomar a ofensiva.
A questão da adesão da Ucrânia à NATO foi abordada recentemente pelo presidente Volodymyr Zekenskyy, que admitiu que tal intenção não se deverá concretizar. “Sabemos que não vamos poder integrar a NATO.
É um facto que temos de aceitar, e estou contente que o povo ucraniano comece a aperceber-se disso e a contar apenas consigo mesmo e os seus aliados.”
Na sequência da publicação do artigo do Financial Times, membros da delegação ucraniana fizeram saber que a notícia faz apenas referência ao esboço do lado russo e as suas exigências.
Segundo os representantes, o plano transparece concessões que a Ucrânia não está disposta a aceitar, nomeadamente um estatuto das regiões separatistas.
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