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“Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas”, o último e inacabado livro de José Saramago, teve a sua apresentação mundial no passado dia 2 de Outubro, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

O romance nasce de uma questão que Saramago se colocou, “Porque é que nunca houve uma greve numa fábrica de armas?” É a partir daqui que escreve a história de Artur Paz Semedo, um homem que trabalha numa fábrica de armamento e é fascinado por armas, e a sua ex-mulher, uma pacifista com carácter e inteligente.

Junto do leitor, Saramago faz ecoar um grito contra a violência e a barbárie, contra a guerra. Um grito que nos impele para a obrigação de não esquecermos que por detrás de cada inocente assassinado há uma indústria de armas.

A apresentação do livro póstumo do único Prémio Nobel da Literatura em língua portuguesa reuniu três amigos do autor na conferência de imprensa: o Professor António Sampaio da Nóvoa, o juíz espanhol Baltasar Garzón e o escritor e jornalista italiano Roberto Saviano.

Para o académico português António Sampaio da Nóvoa, o livro de Saramago “é um apelo a um compromisso de uma lógica de paz e uma crítica a uma lógica do terror e da guerra. É a maneira como leio este livro e estas páginas que José saramago escreveu e nos deixou. Este lançamento é um acto marcante”.

Baltasar Garzón, que ficou conhecido mundialmente ao emitir um mandado de busca e apreensão internacional contra o ex-presidente do Chile Augusto Pinochet pela morte e tortura de cidadãos espanhóis, apresentou “Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas” como “uma novela contra o poder e as indústrias de armamento. Contra o poder e corrupção que rodeia o comércio internacional de armas que está na origem de todos os conflitos que hoje em dia se registam no mundo e que nas últimas décadas tem estado na origem dos grandes males da humanidade”.

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