Uma escola para todos, bandeira de variados governos é política largamente difundida nos parâmetros institucionais; de tal modo que se aceita como real a sua existência, mas será realmente assim?
Importa perceber o que realmente significa inclusão, para se entender o que tem vindo acontecer nas escolas portuguesas e o que efetivamente tem sido feito nesse sentido. No meu ponto de vista, inclusão significa criar condições nas diversas áreas inerentes ao processo educativo (pessoal, material e de edifícios) para receber os alunos no ambiente escolar comum, de modo a desenvolver as suas competências, quer a nível da aprendizagem formal (conteúdos programáticos), quer informal (hábitos sociais, relações pessoais, valores).
Durante anos, foram amplamente discutidas as vantagens e desvantagens da inclusão das crianças com necessidades educativas no ensino dito normal, tendo sido diversas as vertentes de pensamento que surgiram. Sabe-se no entanto, que a inclusão tem imensas vantagens para todos os alunos, na medida em que ajuda a incutir o real valor da vida e da diferença positiva, numa postura de aceitação e valorização, ao mesmo tempo que apoia o desenvolvimento da socialização.
Mas a questão aqui prende-se com a aplicação no terreno desta noção de inclusão. Será que as escolas têm todas as condições físicas e de pessoal técnico para promover a inclusão? Ou estamos a viver numa falsa inclusão que exclui por falta de recurso?
Nos últimos tempos, muitas notícias dão conta de pais que reclamam a perda de apoio para os seus filhos…as escolas vêem-se a braços com alunos que precisam de um apoio constante e linear mas que só o têm durante algumas horas semanais.
O direito à educação é um direito de todos, a escola inclusiva tem de ser vista como a “obrigação” do país para com a população escolar e não um “favor”.
Sem as condições necessárias para um verdadeiro apoio aos alunos com necessidades educativas especiais, a escola inclusiva criará a exclusão encoberta por decretos e leis existentes.