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Esta semana, tornou-se público que 9000 mil vagas ficaram por preencher na segunda fase de acesso ao ensino superior, ainda assim, menos do que as registas em 2013. Apesar da tendência de diminuição do número de alunos, esta não se verificar em igual escala este ano letivo, no entanto, alguns estabelecimentos de ensino superior veem-se a braços com a dura decisão de fechar portas.

Mas o que significa esta diminuição do número de alunos a entrar no ensino superior? Reflexo da crise económica que se vive? Mudança do paradigma, de que só quem possui curso superior vinga no mercado de trabalho? Inversão da vontade de investir numa formação por falta de garantia de futuro?

Seguramente estas e muitas outras hipóteses estarão na base da decisão de cada família, de cada jovem, no entanto, este tema faz-me refletir sobre noção destorcida que durante muitos anos vigorou na sociedade, de que todos os que quisessem “ser alguém” tinham de ter curso superior. A velha questão que confunde o SER com o TER.

Por estranho que pareça a força familiar leva a que muitos jovens se aventurem pelo ensino superior no alcance de metas pouco livres, acompanhados da voz constante que os tenta motivar com argumentos pouco válidos. Com menos motivação, entusiasmo e o vontade de ir mais longe, do que os que genuinamente optam por uma formação de nível superior, estes jovens percorrem os corredores universitários a custo.

Se durante anos o ensino profissional perdeu alunos pela procura do título de Dr., hoje questiono-me se o futuro não voltará a passar por esta via mais pratica e técnica. Neste momento, o desemprego a nível das pessoas com formação superior contrapõe com a procura de pessoas com “uma arte”, sendo viável a obtenção de colocação profissional por estas últimas.

Será que como país e orientadores devemos continuar com a ideia fixa de que mesmo, contra a vontade dos filhos, o curso superior deve ser realizado? A questão financeira será válida, será verdade que ganha mais quem tem curso superior? E indo mais longe: vale a pena um salário elevado quando fazemos o que não gostamos? Estará motivado e verdadeiramente empenhado aquele que trabalha para fazer jus aos anos passados num curso que tirou, apenas porque sim?

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