Esta altura do ano é uma época propícia à reflexão. Enquanto percorro os últimos dias desta etapa, costumo rever os acontecimentos vividos, alegrias, aprendizagens e sentimentos experimentados. Não vos acontece? Como pequenas cenas de uma série em que o protagonista é alguém bem próximo e onde se começam a estruturar novos episódios. Um misto de lembranças, registos de metas atingidas e renovação de novos projetos.
Curiosamente, percebo que na maioria das vezes as pessoas que vivem este processo de renascimento, apenas recordam os momentos menos bons, revivem a tristeza e a angústia por que passaram, lamentam o que lhes falta e o que não conseguiram atingir, entram no novo ano com o espírito desalentado.
O povo português é por norma nostálgico, com ambições limitadas por crenças sociais, que não se coadunam com o lado solidário e sua a enorme capacidade de amar. Vivem e revivem o sofrimento, deixando esquecidas as graças da vida, que certamente se manifestaram nos 12 meses passados.
É altura de começar a perceber que a vida devolve aquilo que lhe é dado e que só alcança os seus objetivos aquele que alimenta uma vibração positiva de crença e confiança nas suas capacidades, sendo grato pelo que tem.
Porque não agradecer a 2013 todos os momentos vividos, toda a aprendizagem proporcionada, todas as oportunidades recebidas, toda a aprendizagem enquanto seres humanos? Porque não mostrar gratidão pelas soluções lembradas perante as situações menos felizes, pela saúde (re)equilibrada, por cada passo dado, por cada abraço, por cada sorriso? Porque não aceitar que os momentos menos bons são a base que transforma os nossos alicerces em raízes mais fortes e seguras?
Ao mudar a nossa visão, acredito que entraremos em 2014 com esperança em nós e nos outros, a confiar num amanhã ainda melhor, com a capacidade de ver de forma realista e justa cada dádiva que recebermos.
Da minha parte obrigada 2013, bem vindo 2014!