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É impossível ficar indiferente aos acontecimentos das últimas semanas a nível da colocação de professores. Parece que para o ministério uma falha se corrige com outra, levando ao inacreditável início deste ano letivo.

Não é novidade a insegurança e atrasado das colocações a cada ano, no entanto, este ano parece que tudo se precipita e em particamente um mês o mundo escolar está em pleno sobressalto.

Em apenas algumas semanas à situação parece irreparável, mesmo que a reposição de aulas se venha a tornar uma realidade. Cá entre nós se a proposta é retirar férias aos alunos para compensar os dias sem professor, parece-me pouco provável a aplicação desta sugestão do ministério, Afinal as férias escolares têm um intuito.

Para quem de fora observa esta situação, tem a sensação de estar a assistir a uma peça de marionetas, onde o guião muda quase todos os dias, corrigindo-se falas com novas falas, que por sua vez trazem novas situações a resolver. Aparentemente a população em geral começa a perceber a realidade da docência e da educação no país, entendendo um pouco mais as manifestações de insatisfação desta classe.

Ser professor é fantástico, permitam-me a ironia! São profissionais com um papel fulcral no processo educativo, mas têm de se escolher entre a profissão e a vida familiar, em gastar grande parte do salário no trajeto diário, o alojamento ou o desemprego, passam anos a fio em viagem e com um contrato quantas vezes temporário, e ainda assim, são ingratos quando fazem greves ou manifestações!

Continuo a achar que falta união entre os membros da classe e entre todos os intervenientes no processo educativo, quando um docente se manifesta contra as condições de trabalho está à procura de melhores circunstâncias, de respeito pela sua função, de satisfação no seu desempenho e melhoria do processo educativo que valoriza não só a sua postura como a aprendizagem dos alunos.

O sistema educativo necessita dos docentes satisfeitos, empenhados, com prespetiva de futuro, chega de desordem e frustração.

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