- Pub -

Um fio, frágil, fino, delicado e às vezes tão resistente, agreste e duro. Um fio que separa quase tudo o que podemos discernir na vida. Uma linha frágil que mistura emoções que jamais se transformarão em sentimentos, e nos mantém ou não, na simples decisão de nos equilibrarmos.

Aparentemente esta linha quase invisível separa a alegria da tristeza, a motivação da descrença, o apoio da ausência, o sim do não, a força da apatia, a chegada da partida. Um fio que em tempos nos uniu ao ventre de nossa mãe, um fio que usamos para saltar à corda em dias de verão, um fio que serviu para atar os nossos sapatos, um fio físico com o qual aprendemos a lidar e que oculta o fio invisível, frágil e doce da nossa consciência.

Muitos não chegam a ter noção da sua existência, que se traduz, talvez agora mais do que nunca em sentimentos de sofrimento, confusão, desânimo, fragilidade e rotura.

É na labuta de todos os dias que o fio estica e nos faz deslizar entre gestos de equilíbrio e instabilidade, quantas vezes não consentidos, quantas vezes inesperados.

Que fragilidade vive em tantos corações que nos faz tropeçar, enrolar os pés no fio invisível e encalhar vezes sem conta? Que instabilidade nos faz agir como um trapezista que se tenta manter na longa corda onde se desloca e que no fim de tudo a larga e cai no fosso sem fim?

Às vezes observo olhares que estão por um fio, passos sem força que me indicam vidas por um fio, expectativas perdidas que não se conseguem substituir… ou não se querem substituir.

Um fio, um simples fio, o que pode ele fazer?

Agarremos o fio, façamos com que se torne forte e resistente, aprendamos a equilibramo-nos nele, que ele seja a âncora que precisamos para mantermos firmes, em movimentos assertivos e pensados. Ai estará por um fio o sucesso, a alternativa, a existência feliz, a confiança, a vida plena e concreta.

Por um fio seremos felizes.

- Pub -

Deixe o seu comentário