Entrou este ano para a equipa de fábrica, é um sério candidato ao titulo na classe de Moto3™, usou o Facebook e o Twitter para responder a perguntas dos fãns :
Miguel, como te sentes na tua nova “casa”?
“Muito bem. Estar numa equipa como a Red Bull KTM Ajo, com múltiplos títulos mundiais, causa sempre um pouco de pressão, mas também oferece muita calma porque são pessoas muito fiáveis e estão sempre a tentar ajudar-nos e a dar-nos o seu melhor.”
Achas que vais conseguir lutar pelo título este ano?
“Creio que sim. Temos tudo para o fazer. Já não sou um estreante. Tenho alguns anos de experiência e, apesar de ter cometido alguns erros na minha carreira, aprendi muito com eles e espero completar esta época sem erros. Esta categoria é muito difícil e correr num grupo é sempre complicado, mas vamos tentar.”
Que rivais achas que vão estar na luta pelo ceptro este ano?
“Não sei. É difícil de dizer, ainda para mais nesta altura da pré-época. No ano passado parecia que ia ser uma coisa e acabou por ser outra totalmente diferente. É claro que espero fazer parte do grande grupo que vai lutar pelo Campeonato do Mundo.”
Até ao momento, quais são as tuas impressões da nova equipa?
“A moto está muito boa; tenho boas sensações. Não tivemos de fazer muitas alterações à base que tínhamos e encontramos uma boa afinação rapidamente, pelo que estou muito satisfeito. Ainda temos espaço para melhorar, pelo que vamos tirar o máximo partido do tempo que temos antes do Qatar.”
Partilhas a box com dois pilotos promissores: Karel Hanika e Brad Binder. Como te dás com eles e qual é a atmosfera na garagem?
“Acho que é muito boa. É algo que nunca me preocupou porque sabia que ter colegas de equipa como o Brad [Binder] e o Karel [Hanika] seria muito bom para a equipa. Damo-nos bem e ao mesmo tempo são pilotos muito fortes que têm grande potencial. Acredito que juntos podemos progredir.”
Competem entre vocês?
“Quando estou a trabalhar concentro-me no meu trabalho. Não gosto de ver o que outros fazem, se bem que é óbvio que com todos na box, se eles são rápidos, é mais fácil aprender e ver onde podemos melhorar.”
Como vês Portugal no mundo do motociclismo?
“As corridas de motociclismo estão a crescer em Portugal e estou a fazer um pouco por isso. Considero que faz parte do meu trabalho por ser o único português a competir no Campeonato do Mundo. Espero voltar a ter um GP de Portugal num futuro próximo. Seria uma grande alegria para mim.”
Porque decidiste estudar medicina dentária?
“Queria entrar na universidade e não gostava de nada a não ser de medicina, pelo que optei por essa especialidade.”
Como é combinar os estudos com a vida de piloto?
“É algo complicado. Não é que seja difícil, é complicado fazer o que os outros fazem com metade de tempo de aulas. Ter tempo e capacidade para discernir entre uma coisa e outra não é fácil porque este desporto requer 80% do meu tempo em preparação física e mental. Isso torna difícil combinar as coisas, mas tenho a ajuda dos meus colegas e professores.”
Isso significa que no futuro não te vês a andar de moto?
“Não, creio que não tem nada a ver com isso. Faço-o porque gosto e no final de contas correr não é uma coisa para toda a vida. A vida no paddock não é fácil. Se não fosse piloto não sei se teria as apetências para fazer de uma equipa. Podia ser Director Desportivo e ter a minha própria equipa no Campeonato do Mundo, mas isso é totalmente incerto. Penso que é importante ter sempre um plano B que garanta o futuro.”
Qual é o teu dinossauro preferido?
“Bem… [risos]. O Tyrannosaurus Rex.”
És supersticioso? Tens algum ritual antes da corrida?
“Não, não sou supersticioso. Acho que a sorte é resultado do trabalho que fazemos.”