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Fazendo o balanço do que se passou no Campeonato do Mundo de MotoGP de 2013, poderemos dizer que na parte inicial eram quatro os grandes candidatos ao título, partindo claramente como favoritos Dani Pedrosa (Honda) e Jorge Lorenzo (Yamaha), seguidos da espectativa do que poderia fazer Valentino Rossi no seu regresso à Yamaha, e do estreante na classe rainha do motociclismo, mas com grandes potencialidades, Marc Márquez (Honda).

Laguna Seca MMvsRossi

Marc Márquez.  Foi sem sombra de dúvidas a estrela da companhia, desde que começou até ao final, e por muitas razões.  Não temos dúvidas de que dispunha da melhor moto, mas isso não lhe retira mérito. Foi o seu primeiro ano no MotoGP, e a maioria dos circuitos eram novidade para ele (exceto aqueles onde treinou antes como Sepang, Jerez, Ricardo Tormo, Motorland e Austin), ao seu lado tinha um companheiro que se poderá dizer desenvolveu a mota à sua medida. A Honda RC213V era de Dani Pedrosa

Poderíamos continuar a elogiar, o campeão do mundo mais jovem da história, mas passando à frente, será  interessante verificar no próximo campeonato de 2014 com que atitude enfrentará a pressão… pelo que como sabemos de Dani Pedrosa, é tudo menos uma irmã de caridade, apesar disso, serão muito poucos os que não apostaram nele como o favorito ao titulo de 2014

200 titulos Honda

Márquez também foi protagonista na forma como ganhou algumas corridas. Houve toques com os seus dois principais rivais Jorge Lorenzo e Dani Pedrosa. Mas nesta avaliação do que aconteceu existe sempre a componente subjectiva que mais não faz que incendiar o debate e gerar um maior entusiasmo por este magnifico desporto. Em cada corrida foi crescendo o apoio e os fãs da “causa” Marquez que entenderam as queixas de Lorenzo e Pedrosa demasiado excessivas.

Marc Márquez também foi protagonista em muitas imagens que ficarão gravadas para sempre na história do motociclismo, como as ultrapassagens a : Lorenzo em Jerez, Pedrosa em Aragón, de novo  Lorenzo em Sepang, o erro da equipa que o levou a fazer uma volta a mais e consequente bandeira preta em Phillip Island, a queda em Silverstone, complicada  queda Mugello a 320km/h e a ultrapassagem a  Valentino Rossi em Laguna Seca. Um ano sem dúvida, marcado por Marc Márquez todos os sentidos.

Lorenzo

Jorge Lorenzo. Teve o mérito de lutar com Marc Márquez até ao final do campeonato. A Yamaha M1, apesar da incorporação do famoso seamless o sistema de troca de mudanças mais rápido a meio do ano, não conseguiu neste particular aspeto estar ao nível da Honda. No mundial, pelo seu traçado, existem pistas que favorecem a Honda, por exemplo Texas, e outras a Yamaha como Sepang.

Para Lorenzo, no entanto é impossível não pensar na lesão em Assen e na recaída em Sachsenring. Provavelmente caída de Marc Márquez em Mugello foi mais violenta do que as duas de Jorge Lorenzo, mas as consequências foram diferentes. Tudo conta neste desporto e, em regra, exceto em raras ocasiões, o erro geralmente é do piloto, e neste caso, Lorenzo o nunca escondeu.

A questão para 2014, e dado o seu nível de pilotagem evidenciado ao longo 2013 que moto fará a Yamaha este inverno?  Veremos …

pedrosa

 Dani Pedrosa. Este tinha que ser o seu ano, e não foi… Mais uma vez se lesionou, e no momento menos apropriado da época e que o fez “perder” duas corridas. Chegou a liderar o campeonato, mas deixou a impressão de estar um passo atrás de seu companheiro de equipa.  Pedrosa completou sua oitava temporada na Repsol Honda, sem conquistar um título, que já merecia.  Com a ascensão de Márquez na Honda, o o mercado de transferências em 2014 será muito ativo,  talvez mude de marca.

 Dani Pedrosa, também foi notícia ao oficializar a sua ruptura pelo menos ao nível desportivo, com Alberto Puig, Um “casamento” que começou em 1999, que passou por três títulos e uma carreira brilhante de piloto, que segundo Puig dadas as suas características morfológicas não devia estar a competir nesta categoria.

Alberto Puig foi substituído por Raúl Jara.

rossi vs MM

Valentino Rossi. Podemos dizer que com Pedrosa, foi a outra decepção da época. Apenas em alguns momentos, esteve ao nível dos seus adversários. Apenas na prova de abertura no Qatar pensamos o contrário. Foi grande e fomos levados a pensar que Rossi estava de volta, mas ao longo da temporada apenas conseguiu pódios quando algum dos três acima falhava. Talvez pudesse ter vencido em Assen com Lorenzo na pista (mas este é um exercício do tipo, se a minha avó tivesse rodas, guiador e um selim seria uma bicicleta), mas neste circuito a Yamaha era claramente superior. Foi o quarto homem do campeonato, mas com lutas  primeira parte da época com  Cal Crutchlow e depois com Álvaro Bautista.

rossi com Silvano Galbusera

Felizmente, nas lutas corpo a corpo mantém a sua magia. Apesar da imagem onde foi ultrapassado por Márquez na pista de Laguna Seca no famoso Saca-Rolhas “Corkscrew” da mesma forma que Rossi passou Stoner em 2008, onde ainda tentou fechar ao máximo a entrada do ‘S’ para não deixar nenhum buraco, mas Márquez já tinha treinado a manobra véspera de scooter na 5ªfeira e na sua RCV nos treinos livres e nada pode fazer.

Como Pedrosa, Rossi fez a chamada chicotada psicológica e decidiu substituir Jerry Burgess, uma referência no paddock, por um desconhecido italiano de nome Silvano Galbusera.  Existe quem fale de uma espécie de traição nesta mudança, num ano crucial para Valentino.

Ultimamente foi discutida uma declaração em que Valentino apontou para a quinta ou

protagonistas 2013

sexta corrida de 2014 como momento de decidir se quer continuar. Depois disto, veio uma espécie de desmentido, mas o fato é que, em Valencia, nos treinos de pré-época continuou quarto. No decorrer da época veremos também se Rossi continuará em 2015 na Yamaha, se dará o salto para a Suzuki como piloto, no seu anunciado regresso da marca ao MotoGP em 2015 num
projecto liderado pelo seu amigo Davide Brivio, se passará para o Mundial de Superbike a exemplo de outros pilotos como Biaggi e Melandri ou abandonará a carreira de piloto de motas para se dedicar a piloto de Ralis ou a manager da sua nova equipa de Moto3 a Sky-VR46. Rossi é e será sempre um protagonista quaisquer que sejam os seus resultados.

Seja o que for, Rossi encontrou uma nova realidade em pista depois do seu calvário na Ducati (será que a idade não perdoa?). A sua guerra em 2014 será portanto, demonstrar que alguma coisa estava errado em 2013, e que essa coisa não era ele.

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