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Com o objetivo de “promover o potencial humano e a igualdade”, o milionário que fundou o Facebook e a sua mulher anunciaram ao mundo que iriam doar 99% das suas ações da companhia a uma entidade criada, como forma de presentear a sua filha recém-nascida.

Zuckerberg é um jovem milionário, mal passou a barreira dos 30 anos e quer salvar o mundo com 45 mil milhões de dólares. Quer lutar contra a doença, a violência, a injustiça, o fim do planeta, Quer corrigir o mundo e garantir uma vida mais feliz à sua filha.

O casal Chan-Zuckerberg tem 45 mil milhões de dólares de que não precisam, têm uma conta bancária com muitos zeros. E com esse dinheiro nas mãos é fácil, é tentador e é justo que se pense em mudar o mundo. É compreensível que tanto dinheiro sirva para comprar muita coisa mas, continuamos cientes das nossas fragilidades. Combater a morte através da ciência, conseguir mudar ou influenciar o futuro através da educação, ambiente ou justiça social, é também uma forma de poder, principalmente para quem já tem demasiado dinheiro.

Se pelo caminho, e enquanto mudamos o mundo, se encontrar uma forma legal de proteger os investimentos, então é sem dúvida uma brilhante ideia. Ao transferir 99% das ações do Facebook em sua posse para uma sociedade de responsabilidade limitada, o casal não perde o controlo do seu dinheiro e não tem de se submeter às regras que, por exemplo, teria se constituísse uma fundação. Numa eventual fundação Zuckerberg, uma percentagem dos fundos teria de ser alocada todos os anos e a forma de aplicar o dinheiro teria de ser escrutinada de forma transparente. Numa sociedade de responsabilidade limitada, Zuckerberg e a mulher são donos e senhores de toda e qualquer decisão sobre o seu dinheiro. Para além do mais ainda conseguem benefícios fiscais, não só por se tratar de a criação de uma sociedade, mas também porque qualquer doação para causas sociais, feita pela nova empresa, recebe uma dedução fiscal como qualquer outro cidadão. Mas, na realidade, pode fazer bem mais do que isso. Pode doar os ganhos decorrentes da valorização das ações do Facebook que lhe foram atribuídas e aí terá uma dedução equivalente ao preço de mercado dos títulos, sem que seja aplicada qualquer imposto adicional, o que jamais aconteceria se Zuckerberg tivesse as ações na sua conta bancária.

Independentemente dos motivos, altruístas ou fiscais, que levaram o dono do Facebook a tomar esta decisão, ela será sempre de louvar. A preocupação com o futuro e o investimento feito para o melhorar é sempre uma boa iniciativa, para quem tem muito mais do que necessita, mesmo que o objetivo seja apenas um esquema fiscal.

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