foto: Sunday Express
Está iminente a saída do Reino Unido da União Europeia, os britânicos não querem a livre-circulação de pessoas, não haverão mais contribuições para o seu orçamento, os tribunais europeus não terão jurisdição no seu território, querem um acordo de comércio-livre com a União Europeia, e pretendem continuar as parcerias militares, de justiça e segurança interna.
Cabe à Europa agora determinar se esta saída será pacífica, aceitando os termos britânicos, ou não. O reino Unido está disposto a assumir a chamada “saída dura”, não tem interesse em permanecer no mercado comum europeu, ou na própria união alfandegária, não querem continuar a manter a livre circulação de pessoas entre a UE e o Reino Unido, prefere abdicar do livre acesso dos seus bens e serviços ao mercado europeu, para poder controlar o acesso dos europeus no seu território.
Este processo não pode ser travado, o lado europeu terá de se conformar com essa realidade e mesmo aqueles que consideram que é ainda possível travar o Brexit, através de uma negociação cujos termos seriam bastante negativos para o Reino Unido de forma a levá-los a desistirem da ideia, podem esquecer. Para Theresa May, o Reino Unido prefere uma “má saída” do que uma “não saída” e isto deixa a União Europeia numa encruzilhada. Terá de evitar o mais possível os danos económicos e manter os 27 Estados de acordo, caso isso não aconteça, pois um desentendimento entre os vários membros da EU poderá surgir.
O corte das relações comerciais com o Reino Unido, não será sentido da mesma forma por todos os estados- membros, uma vez que as relações comerciais destes também não são iguais. É necessário que não haja um corte nessas relações económicas pois isto seria muito prejudicial para alguns países e por isso uma saída o mais tranquila possível é o recomendável.
A União Europeia terá de entender que a negociação sobre o estatuto dos cidadãos europeus residentes no Reino Unido, assim como o dos cidadãos britânicos na Europa, está dependente dessas negociações, não é por isso altura para causar grande alarido numa posição de intransigência que em nada irá beneficiar nem os cidadão, nem a manutenção parceira em termos militares, de justiça e segurança comum.
Por mais que a ideia do “castigo” seja atractiva para alguns dos estado- membros, dar uma lição ao Reino Unido e ao mesmo tempo servir como exemplo a outros que pretendam fazer o mesmo, não deverá ser o caminho a seguir. A tranquilidade com que for feita esta saída será determinante para o futuro da União Europeia no relacionamento sereno entre os restantes estados- membros.