foto: Miguel A. Lopes / Lusa
O vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador da task-force da vacinação contra a covid-19 em Portugal, foi na noite deste sábado confrontado por manifestantes à porta do Centro de Vacinação de Odivelas, que se encontrava aberto para vacinar jovens com 16 e 17 anos.
À chegada ao Pavilhão Multiusos de Odivelas, cerca das 22h, o vice-almirante foi recebido por cerca de duas dezenas de manifestantes anti-vacinas, que contestavam a ação de vacinação em curso no local.
Indiferente aos protestos, Gouveia e Melo não evitou o contacto com os manifestantes e dirigiu-se à entrada do pavilhão. Gerou-se então um momento de alguma tensão, com os manifestantes a chamar “assassino, assassino” ao vice-almirante.
Em resposta aos protestos, o coordenador da task-force da vacinação considerou que “o negacionismo e o obscurantismo é que são os verdadeiros assassinos. Morreram mais de 18 mil pessoas em resultado desta pandemia”.
“Eu estou aqui para contribuir, pelo contrário, para esclarecer as pessoas de que esta pandemia é perigosíssima, e nós não devemos ter medo de ninguém“, acrescentou Gouveia e Melo, em declarações à imprensa no interior do Centro de Vacinação.
“A vacinação é um ato voluntário. Ninguém obriga ninguém a ser vacinado. Mas já se percebeu o que é que mata, não é a vacina. É o vírus“, sublinhou o vice-almirante.
“Meus senhores, não se preocupem, que isto é uma democracia, as pessoas têm direito à sua opinião e a manifestar-se”, disse ainda Gouveia e Melo, quando questionado sobre os protestos com que tinha sido recebido. “Não têm é o direito a impor a sua opinião aos outros”.
“A vacinação é livre, as pessoas apresentam-se à vacinação de forma livre, por isso não há mais nada a dizer”, concluiu o responsável nacional pela vacinação contra a covid-19.
À saída do Centro de Vacinação, o vice-almirante voltou a não evitar o contacto com os manifestantes, que continuavam à sua espera — e que lhe dirigiram o mesmo pregão. “Assassino, assassino“.