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Chamam-lhe o “super-juiz”, mas Carlos Alexandre diz que é apenas o “saloio de Mação”, um “bicho-do-mato” que não tira férias há 10 anos por ter contas para pagar e não ter dinheiro “em nome de amigos”. Revelações feitas numa entrevista à SIC, na qual assume sentir que é alvo de escutas.

“Sinto-me escutado no meu dia-a-dia, sob várias formas”, disse o juiz Carlos Alexandre, que carrega o peso de ter ordenado a prisão preventiva de José Sócrates.

“Por vezes há pessoas que não conseguem estabelecer contacto comigo. O telefone vai abaixo paravoice mail quando eu estou em sítios onde há carga máxima e onde há comunicações”, salienta o “super-juiz” em grande entrevista à SIC.

O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TIC) diz porém que estas escutas não o preocupam.

“Falo abertamente sobre o que tenho de falar, com as pessoas em causa e não tenho segredos“, sublinha.

Na entrevista, Carlos Alexandre abordou ainda o assalto que sofreu, há cerca de sete anos, quando lhe deixaram uma arma em cima da fotografia do filho, para notar que não tem medo.

“Se tivesse medo não me levantava da cama”, aponta ainda. “Aceito o meu destino. Tenho família, mas enquanto o assunto for comigo não me preocupo”.

“O saloio do Mação”

Recusando a alcunha de “super-juiz”, um conceito que diz que provoca “alguma animosidade na classe” contra si, Carlos Alexandre realça que tem poucos amigos entre os magistrados e que deve ter “muito poucos” inimigos.

“Sou o saloio do Mação, com créditos hipotecários que tem de trabalhar para os pagar, que não tem dinheiros em nome de amigos, não tem contas bancárias em nome de amigos e até desse ponto de vista que não tem amigos”, sustenta o juiz, notando que não tira férias há dez anos.

Como não tem “fortuna pessoal”, nem “fortuna herdada”, Carlos Alexandre refere que está obrigado ao “trabalho honrado e sério”.

ZAP

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