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Nairobi, 26 jul (Lusa) – O Presidente norte-americano, Barack Obama, instou hoje os africanos a rebelarem-se contra o “cancro da corrupção” que impede o desenvolvimento do continente e sublinhou que as tradições que oprimem as mulheres não têm espaço neste século.

Relativamente à corrupção, Obama disse: “Em África há muitos países que sofrem deste problema e se tolera” porque sempre foi assim.

No entanto, “há que tomar decisões difíceis, mas o progresso requer enfrentar os recantos mais escuros do passado”, acrescentou o Presidente norte-americano, num discurso pronunciado num espaço polidesportivo cheio de gente em Nairobi.

Os líderes políticos, a sociedade civil e os cidadãos deverão trabalhar juntos para reverter esta situação, defendeu, considerando que a luta contra a corrupção só será efetiva se houver “leis duras”, mas também “um povo que se levante e diga basta”.

Apesar das dificuldades que o Quénia padece por causa da corrupção, Obama instou o governo a combater a situação.

Obama aproveitou ainda para sublinhar que no século XXI “não há espaço” para aquelas tradições que, em muitas partes do mundo, continuam a “oprimir” e a considerar as mulheres “cidadãs de segunda” e instou que sejam banidas as práticas que violam os direitos da mulher em todo o mundo.

“No mundo, há uma tradição de oprimir as mulheres. Não há espaço para isto no século XXI”, apontou o chefe de Estado norte-americano.

A violação dos direitos das mulheres com práticas tão abusivas como a mutilação genital ou os abusos, são praticadas no Quénia e em numerosos países africanos, onde Obama considera necessário lutar pela igualdade de género.

“Maridos que batem nas mulheres, crianças que não vão à escola, casamentos forçados… são tradições. Considerar as mulheres cidadãs de segunda. São tradições que precisam de mudar”, insistiu.

© EPA / DAI KUROKAWA DAI KUROKAWA/EPA

Obama lembrou as estatísticas que apontam que as comunidades que dão as mesmas oportunidades às filhas são mais bem-sucedidas.

“Cada país e cada cultura têm as suas tradições que são únicas, mas só porque seja algo do passado não significa que esteja bem”, apontou Obama, que falava no país de onde é o seu pai.

Barack Obama parte ainda hoje para a vizinha Etiópia, outro aliado chave do Ocidente em matéria de segurança, mas questionado internacionalmente no âmbito dos direitos humanos, para reunir-se com líderes locais e da União africana.

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