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O presidente do Grupo Lobo disse ainda que o Estado tem vindo a melhorar o seu papel na proteção do lobo ibérico e adiantou que o período das compensações por prejuízos aos produtores de gado, tem vindo a diminuir.

O presidente do Grupo Lobo, Francisco Fonseca, afirma que a população daquela espécie está a aumentar em Portugal, um fenómeno que se está a verificar noutros locais da Europa.

“Na zona de entre o sul do Douro e o norte do Tejo, o lobo está a aumentar a sua presença. Isto não é só um fenómeno que existe em Portugal, mas estende-se a toda a área de distribuição do lobo na Europa”, referiu o presidente do Grupo Lobo à agência Lusa.

Francisco Fonseca que é também o coordenador nacional do projeto “LIFE MedWolf – Boas Práticas para a Conservação do Lobo em regiões Mediterrânicas”, deslocou-se a Castelo Branco, onde decorreu a primeira reunião do grupo de trabalho do lobo ibérico.

Em declarações à Lusa, salientou que “esta é uma primeira reunião de muitas que se vão seguir até 2017, no âmbito do projeto” LIFE MedWolf.

A reunião teve como objetivo juntar investigadores portugueses e espanhóis, para discutir a situação do lobo na Península Ibérica.

“Temos muitos anos de experiência e de ligação a este problema que é a convivência entre o homem e o lobo, geradora de muitos conflitos, não só através dos criadores de gado, mas também por causa de associações algumas delas radicais”, adiantou Francisco Fonseca.

Segundo o coordenador nacional do projeto “LIFE MedWolf”, já estão a ser criadas ações piloto para demonstrar às pessoas que é possível tomar determinadas decisões que vão diminuir o prejuízo causado pelo lobo.

Essas ações passam pela distribuição, gratuita, de cercas para proteção de gado bovino e pela distribuição de cães de gado, para ajudar a proteger os rebanhos.

“Óbvio que o projeto não pode chegar a toda a gente porque é também uma base de demonstração. Ninguém está à espera de eliminar todos os prejuízos que o lobo possa causar, mas queremos é que esses prejuízos diminuam e, portanto, diminua o conflito com o lobo”, sublinhou.

Os projetos-piloto estão a decorrer na zona entre o sul do Douro e o norte do Tejo e que a Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESA) selecionou, com base em critérios pré-estabelecidos, oito criadores de gado da região entre o Douro e o Tejo, onde decorre o projeto.

“São esses [criadores de gado] que estão neste momento a ser ajudados no terreno e que vão demonstrar aos restantes que é possível diminuir os prejuízos”, realça Francisco Fonseca.

O presidente do Grupo Lobo disse ainda que o Estado tem vindo a melhorar o seu papel na proteção do lobo ibérico e adiantou que o período das compensações por prejuízos aos produtores de gado, tem vindo a diminuir.

Contudo, sublinhou que apesar da legislação em vigor, “neste momento sabemos que existem casos graves de lobos mortos ilegalmente. Não o conseguimos quantificar mas é uma situação muito grave. Portanto, a lei não está a ser aplicada porque não temos meios. Sabemos as dificuldades que os serviços oficiais têm”.

O presidente do Grupo Lobo adiantou também que quer começar a fazer um censo em Portugal sobre o lobo, cuja população atual se estima em 300 indivíduos.

Agência Lusa
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