Opinião Global**Por Dominick George**17/11/2012
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Juiz-Desembargador Rui Rangel versus Inspetor Carlos Anjos
Na coluna de Opinião do CM de 16 do corrente, sob o título “Derrota amarga” o Presidente da Comissão de Proteção de Vítimas de Crimes, escrevia sobre a derrota do Juiz Rangel à presidência do SL e Benfica: “O Juiz Rui Rangel, que admiro e de quem sou amigo, não esteve bem. Num ato de cidadania e amor clubístico candidatou-se à presidência do SLB. Uma dezena de inspetores apoiaram L. F. Vieira e faziam parte da sua Comissão de Honra, ao lado de muitos outros, entre os quais Magistrados do MP, Juízes e funcionários judiciais. O Dr. Rui Rangel resolveu escrever ao Diretor Nacional da PJ a exigir procedimento disciplinar contra os Inspetores que apoiaram LFV…”
Tal como Carlos Anjos (cujo teor das suas crónicas me habituei a apreciar), também acho que se um Juiz Desembargador se pode candidatar a presidente de um clube de futebol, mais livres estarão os homens da Judiciária para apoiar o candidato que bem lhes aprouver!
Curiosamente eu, que fui funcionário judicial, também admirava o magistrado em causa, até que tive conhecimento da intenção dele em se candidatar. Não entendo como se pode abdicar de uma profissão tão digna, a não ser por necessidade absoluta de, se possível, ainda mais protagonismo. Mas se assim for, então isso já tocará as raias da patologia, já que a pessoa em causa está constantemente no pequeno ecrã! Em meu entender um Meritíssimo Juiz, como se designava antigamente, em muito se assemelha, num conceito subjetivo, ao de um sacerdote, mas tal como este, não deverá intervir, enquanto profissional, direta ou indiretamente, em quaisquer outras atividades.
“Rezava” o Jornal de Notícias igualmente do dia 16, que D. Manuel Clemente, bispo do Porto diz ser de lamentar que a Troika não tenha ouvido a Igreja e pede para que “Não apertem de mais, pois precisamos de respirar”. Aquele prelado preocupa-se e pretende intervir na vida política, mas não tem a mínima comiseração por aqueles que, respirando ainda, caminham ensanguentados, rastejando pelo chão de Fátima, ainda que a respiração não seja em atmosfera límpida, mas aquela que resulta da poluição pelo fumo de toneladas de cera queimada… Por outro lado, dada a crise, pretendem manter ainda os preços para a missa das almas e quejandos, quando bem poderiam e deveriam tudo fazer pro bono, se tivessem a preocupação de seguir as pisadas Daquele que dizem representar na Terra!
Aguardo a opinião dos prezados leitores, pois aqui deixei expressa a minha. Uma boa semana para todos!
Atendendo ao facto de:
O “Cronista”, ser meu ex-colega, enquanto juntos frequentámos o Liceu Nacional de Faro e particular “Amigo”, na medida em que esse nobre sentimento se prolongou até à presente data, apesar do interregno que marcou os nossos contactos, vou tentar transmitir a minha opinião sobre o que acima ficou escrito:
Quero contudo deixar bem claro algumas razões que me levam a acreditar, não ser a pessoa mais indicada para o fazer, pois:
1º. Só conheço o Sr. Juiz Desembargador Rui Rangel, do pequeno ecrã, pois muito raras vezes tenho acompanhado parcialmente o programa em que ele participa.
2º. A minha cor clubista, não se coaduna com a dele, daí que nem sequer me tenha interessado pelo decorrer da sua candidatura…
3º. De inicio quando comecei a ouvir o seu nome, ainda o confundi com o Emídio Rangel, (poderão até ser familiares) daí que não possa avaliar, com substância, o que o levou a tomar essa atitude…
4º. Talvez por defeito de profissão, (pois lidava essencialmente com números) os meus dotes de escritor roçam o mínimo necessário, uma vez que profissionalmente os quadros, gráficos e rácios gerados, eram por si só leitura fácil para os destinatários…
Ora, penso que não seria imprescindível o Sr. Juiz deixar o exercício da sua profissão para exercer cumulativamente o cargo, a que se candidatou nos órgãos sociais do seu clube, contudo eu pensava que ele já se encontrava aposentado…
Quanto ao protagonismo, há um velho ditado popular que reza assim: “Presunção e água benta, cada um toma a quantidade que quer…”
No que concerne à DEMOCRACIA, penso que ela não é igual para todos, pois (para alguns), quando lhes toca pela porta a interpretação do termo é simplesmente deturpada.
A. Fernandes