A Câmara de Terras de Bouro ainda só conseguiu negociar cinco dos 18 lotes de terreno para construção que pôs à venda “a preço de saldo” em Valdosende, junto à Barragem da Caniçada, informou o vice-presidente.
Segundo Luís Teixeira, o município recebeu cerca de 180 pedidos de esclarecimento sobre os lotes, mas eventuais dificuldades na obtenção de crédito à habitação poderão ser a explicação para ainda só ter sido acertada a venda de cinco. “É que os preços são mesmo de saldo e a localização é excelente, com vista para a albufeira da Caniçada”, sublinhou.
Os lotes têm entre 500 e 1.900 metros quadrados e os preços variam entre os 400 e os 1.900 euros. Pertenciam à EDP, mas passaram para as mãos da Câmara, a troco da infraestruturação do bairro daquela empresa em Valdosende. “Na altura, os lotes foram avaliados numa média de 30 mil euros cada um”, acrescentou o autarca.
A Câmara decidiu agora usar os lotes como “chamariz” para a fixação de jovens e assim combater “o inverno demográfico” do concelho. Os candidatos, que tanto podem ser do concelho como de fora, têm de ali fixar residência permanente por um período de pelo menos 10 anos. “Quem comprar, só tem mesmo que construir a casa”, referiu Luís Teixeira, adiantando que, além da “pechincha” do preço do terreno, os compradores beneficiam ainda do projeto oferecido pela Câmara, da infraestruturação e da redução ou isenção de taxas e licenças de construção.
Os compradores têm um prazo de cinco anos para construírem a sua habitação, contado da data de notificação do deferimento do respetivo licenciamento. Dos cinco lotes já atribuídos, dois foram comprados por gente de Terras de Bouro, enquanto os compradores dos outros três são de concelhos vizinhos. O prazo inicialmente fixado para a apresentação de candidaturas terminava a 31 de julho de 2013, mas foi sendo sempre prorrogado. Agora, no regulamento vai deixar de constar qualquer prazo, ficando assim as candidaturas “permanentemente abertas”.