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O Reino Unido tornou-se esta quinta-feira o primeiro país no mundo a autorizar a conceção de bebés a partir do ADN de três progenitores, com a aprovação da técnica pela sua autoridade reguladora.

Sally Cheshire, presidente da Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana (HFEA), considerou “histórica e importante” a decisão de aprovar a utilização da terapia genética mitocondrial, para evitar a transmissão de uma doença hereditária.

“Tenho a certeza que os doentes prontos a beneficiar desta técnica ficarão encantados”, declarou, adiantando: “Vamos proceder com cautela”.

Para os opositores do tratamento, ele vai demasiado longe na modificação genética e abre a caixa de Pandora da seleção de bebés.

Os deputados britânicos aprovaram em fevereiro de 2015 a fertilização in vitro de bebés com ADN de três pessoas, mas os estabelecimentos de saúde precisavam da “luz verde” da HFEA.

A técnica permite que mulheres que têm doenças que causam mutações nos genes mitocondriais possam ter filhos sem as transmitirem.

As doenças mitocondriais causam sintomas que vão da visão fraca à diabetes e à fraqueza muscular e as autoridades da saúde calculam que cerca de 125 bebés nascem com as mutações no Reino Unido todos os anos.

Abrahim Hassan, o primeiro bebé com ADN de três pessoas diferentes, nasceu este ano no México. A mãe, Ibtisam Shaban, é portadora dos genes responsáveis pela doença de Leigh, uma doença que afeta o sistema nervoso central quando ainda se está a desenvolver, causando degradação das habilidades motoras.

Esta nova técnica ainda não é legal em vários países, incluindo nos Estados Unidos, o que obrigou o casal a ir para o México, onde o bebé acabou por nascer.

ZAP / Lusa

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